O uso de produtos de origem natural como carreadores de fármacos apresentam-se como uma das mais atraentes e promissoras alternativas tecnológicas. As argilas são comumente utilizadas na indústria farmacêutica como excipientes ou substâncias ativas. Os nanocompósitos polímero/argila exibem em geral propriedades atraentes do ponto de vista óptico, elétrico e de barreira, além da redução de inflamabilidade das resinas em que são empregados. A vermiculita (VMT) é um tipo de camadas de silicato de alumínio, com elevada área de superfície específica e uma capacidade de absorção. Como um mineral inorgânico, VMT tem sido utilizada como um transportador de droga que apresenta propriedades melhoradas. A goma de interesse para o presente estudo é da espécie Sterculia striata (goma do chichá). O objetivo do presente trabalho foi sintetizar e caracterizar nanocompósitos de argila/goma do chichá para aplicação em sistemas de liberação de fármacos. Inicialmente, foi realizada uma prospecção tecnológica afim de se viabilizar o estudo tecnológico na base de artigos Web of Science e de patentes nos bancos de dados European Patent Office (EPO), World Intellectual Property Organization (WIPO), United States Patent and Trademark Office (USPTO), Derwent e do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) utilizando descritores relacionados ao tema. Foi possível verificar que a argila vermiculita e a goma do chichá como nanocompósitos para adsorção de fármacos é inovador até o presente momento, visto que não foram encontradas patentes e nem artigos científicos nas bases pesquisadas. Neste trabalho, a argila do tipo vermiculita foi caracterizada em sua forma natural e calcinada por técnicas de DRX, FTIR, MEV e TG/DSC. A goma do chichá foi isolada e caracterizada por técnica de DRX, infravermelho e TG/DSC. Foram realizados testes iniciais de adsorção com a vermiculita expandida, a influência da massa, do pH da solução, tempo de contato e temperatura foram avaliados. O equilíbrio foi atingido em um tempo de 840 minutos onde foi observado uma capacidade de adsorção máxima de 76 mg g -1 de adsorção. Para descrever o mecanismo que controla o processo de adsorção, a cinética de adsorção foi estudada ajustando os dados experimentais aos modelos cinéticos de pseudoprimeira ordem e pseudo-segunda ordem. O modelo de pseudo-segunda ordem apresentou melhor descrição da adsorção da doxazosina na vermiculita expandida. Os dados experimentais também foram ajustados aos modelos de isotermas de Freundlich, Langmuir e Temkin, o melhor ajuste dos dados foi observado para o modelo de Freundlich em 298 e 308K e para o modelo de Temkin em 308 e 318K. A liberação do fármaco DXZ em pH 1,2 mostrou uma liberação total em torno de 87,34% em 96 h. De um modo geral, a argila vermiculita expandida pode ser considerada uma alternativa para adsorção e liberação de fármacos, uma vez que as amostras de adsorventes estudadas tiveram alta eficiência.