A espécie Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand, Burserácea, com nome popular de almécega do Brasil, contém uma resina oleosa, que pode render de 2,1 a 20 %, composta de uma mistura de triterpenos, monoterpenos e sesquiterpenos, que é utilizada para o tratamento de úlcera gástrica, analgésico, antimicrobiano, ações antioxidantes, anti-hiperglicémica, hipolipidémico, cicatrizante, expectorante e possui propriedades hepatoprotetores. Apesar do seu uso popular não foi encontrado na literatura cientifica a utilização como anti-hipertensivo. Em nosso trabalho avaliarmos as possíveis atividades biológicas do óleo essencial de Protium heptaphyllum (OEPh). As analises toxicológicas agudas foram realizados em ratos fêmeas com administração de 2000 mg/kg de OEPh e não revelaram nenhuma alteração significativa no consumo de água, alimentos, avaliação ponderal e na analise bioquímica sérica (triglicerídeos, colesterol, creatinina, uréia, ALT, AST, Bili-T, Bili-D, proteínas totais, albumina, HDL e Acido úrico). Na analise toxicológica in vitro utilizou-se o ensaio MTT em células de murinos, o resultado obtido produziu um gráfico mostrando que no período de 24 horas, a amostra até a concentração 50 µg/mL, não apresentou citotoxicidade para as células, se comparado com o controle negativo. A porcentagem de células viáveis apresentou-se acima de 50% com EC50 de 74,93 µg/mL e CI50 com valor de 69,33 µg/mL. Na verificação do efeito do OEPh no sistema cardiovascular. Foram utilizados ratos machos (200- 320g). O OEPh nas doses (3,125; 6,25 e 12,5 mg/kg i.v.) induziu hipotensão (-18,66 ± 1,39*; -30,42 ± 2,16***; -35,62 ± 0,67*** mHg, respectivamente, * p<0,05 vs OEPh; ***p<0, 001 vs OEPh) e reduziu a freqüência cardíaca nas maiores doses 6,25 e 12,5 mg/kg (-36,59 ± 9,05***; -28,95 ± 9,99*** bpm, respectivamente, ***p<0, 001 vs OEPh). Verificou se que na presença de atropina a resposta hipotensora do OEPh foi atenuada, enquanto que o bloqueio com hexametônio inibiu a hipotensão na menor dose (3,125 mg/kg i.v.). Entretanto na presença de iombina ocorreu inibição da hipotensão induzida pelo OEPh nas doses (3,125 e 6,25 mg/kg i.v.). Já na presença de propranolol e prosozina ocorreu inibição da hipotensão induzida pelo OEPh em todas as doses utilizadas. Decidimos realizar protocolos em ratos normotensos e hipertensos com administração por via oral do OEPh e do complexo β-ciclodextrina. Objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do OEPh e do OEPh-CD administrado oralmente, sobre o sistema cardiovascular em ratos. Na administração v.o. do OEPh (25 mg/Kg) a PAM aumentou em relação ao controle após 20 minutos, tendo um aumento do Δ PAM (2,13* ± 0,87 mmHg). Na administração v.o. do OEPh (50 mg/Kg) a PAM aumentou (5,17*** ± 0,14 mmHg) em relação ao controle após 30 minutos seguido de uma diminuição do ΔPAM (- 4,74 ± 1,07 * mmHg) após os 40 minutos. A administração v.o. do OEPh (100 mg/Kg) aumentou (1,72 ± 0,59* mmHg) de forma significativa o ΔPAM em relação ao controle após 20 minuto. Na administração do OEPh-CD (100 mg/Kg) não teve alteração significativa quando comparado ao controle, porem na administração do OEPh-CD (200mg/Kg) a PAM aumentou em relação ao controle após 40 minutos, tendo um aumento do Δ PAM (15**** ± 1,97 mmHg). Na administração do OEPh-CD (300 mg/Kg) a PAM diminuiu de forma significativa em relação ao controle após 50 minutos, tendo uma diminuição do Δ P AM (-9,8* ± 2,63). O OEPh quando administrado i.v. induz efeito hipotensor e bradicarido bastante significativo com características de atuação ao nível de receptores muscarinicos, receptores alfa e beta adrenérgicos em ratos normotensos. O bioproduto formado através da complexação demonstrou em concentrações de 200 e 300 mg/Kg possuir efeito bifásico com atividade anti-hipertensiva em modelo de ratos hipertensos L-NAME, porem essa formulação se tornou inviável par administração oral, devido ao grande volume do complexo para fazer o efeito.