O câncer de mama é a neoplasia mais comum que acomete as mulheres nos países ocidentais e é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres em todo o mundo. No Brasil, foram estimados 59.700 casos novos de câncer de mama para 2018, com um risco de cêrca de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres. Investigar biomarcadores no câncer de mama é importante para a identificação de marcadores mais precisos, visando prever melhores estratégias terapêuticas e prognósticas possíveis. A propósito, a metalotioneína (MT) e a mutação do gene Tp53 têm sido associadas a maiores proliferação de células malignas e piores prognósticos. Estudos sugerem que a superexpressão da MT apresenta efeito anti-apoptótico, entre outros mecanismos, por sequestrar zinco da proteína p53 no núcleo celular, responsável por estabilizar a manutenção da integridade do genoma por meio do estimulo da apoptose. A literatura sobre o tema ainda é escassa e controversa. Todavia, até onde investigamos, não encontramos estudos que avaliassem a expressão imunoistoquímica da MT e p53 em carcinoma mamário e fibroadenoma em mulheres na idade reprodutiva. Esta tese foi estruturada em dois capítulos. O capítulo I teve como objetivo avaliar a interação da atividade da metalotioneína, zinco e p53 ou expressão gênica em linhagens de células de câncer de mama ou estudos com animais. Esta revisão sistemática não revelou relação entre metalotioneína, zinco e p53, quando avaliados em conjunto, mas demonstrou interações entre esses biomarcadores quando avaliados em pares. No entanto, novos estudos in vitro ou in vivo ainda são necessários para elucidar os mecanismos moleculares da ação da metalotioneína na prevenção do câncer de mama ou seu papel na progressão da doença. O capítulo II teve como objetivo comparar a expressão da metalotioneína entre o câncer de mama (estudo, n=30) e o fibroadenoma (controle, n=36) de mulheres na idade reprodutiva, em que foi mostrada uma porcentagem média de núcleos corados com anti-MT de 26,93 e 9,10 nos grupos estudo e controle, respectivamente (p<0,001). Além disso, houve maior expressão de MT em tumores histológicos de grau 3 (p <0,025). O estudo revela que a expressão imunohistoquímica da proteína MT foi significativamente maior no câncer de mama quando comparada ao fibroadenoma e ainda foi possível observar maior imunorreatividade da metalotioneína em tumores mais agressivos.