FILMES NANOESTRUTURADOS CONTENDO GOMAS NATURAIS E PEPTÍDEOS BIOATIVOS: SENSORES ELETROQUÍMICOS E APLICAÇÕES BIOMÉDICAS
DS 01, Ftalocianinas, filmes LBL, Gomas naturais.
A busca por materiais naturais a serem usados como elementos de reconhecimento em biossensores, que sejam facilmente degradáveis e biocompatíveis, tem estimulado a pesquisa em diversos centros acadêmicos no mundo todo, especialmente no Brasil, devido à sua rica biodiversidade. Nesse sentido, buscaram-se neste trabalho peptídeos antimicrobianos (DS 01) isolados da fauna do Delta do Piauí e polissacarídeos naturais exsudados de árvores abundantes nesta região, tais como o angico (Anadenanthera macrocarpa Benth), o chichá (Sterculia striata) e o cajueiro (Anacardium occidentale L.), para uma nova aplicação baseada na construção de filmes automontados a serem testados como biossensores eletroquímicos. O filme automontado formado por Cgraf/NiTsPc/DS 01 foi capaz de detectar o aumento da concentração de células de Leishmania presentes na solução eletrolítica por meio do aumento da resposta de sinal elétrico relacionado ao processo de oxidação. Este resultado sugere que este filme poderia ser uma potencial ferramenta de diagnósticos a ser empregada na indústria farmacêutica. É importante observar que esta foi a rimeira vez que a imobilização de peptídeos antimicrobianos em filmes automontados foi reportada na literatura. Foram construídos também filmes automontados contendo o peptídeo DS 01 e macromoléculas de NiTsPc para detecção de dopamina e ácido ascórbico. Este biossensor mostrou-se seletivo para o neutrotransmissor, fato este associado à presença do peptídeo antimicrobiano DS 01. A seletividade é um parâmetro importante para o desenvolvimento de um sensor eletroquímico com potencial aplicação nas indústrias biomédicas e farmacêuticas. Filmes automontados formados por gomas naturais do angico, chicha, caraia e do cajueiro juntamente com NiTsPc e/ou FeTsPc foram caracterizados e revelaram os processos redox característicos do sistema eletroativo, o que permitiu o emprego dos mesmos em testes de detecção do neurotransmissor dopamina e de seu interferente, o ácido ascórbico. Os resultados indicaram que a manipulação na nanoescala de polímeros naturais pode abrir novas oportunidades para o emprego destes materiais em dispositivos biomédicos e analíticos.