O epóxilimoneno, terpenóide derivado do limoneno, é considerado uma molécula promissora para investigação do potencial terapêutico, uma vez que já apresenta algumas atividades descritas na literatura, como antioxidante, ansiolítico e anti-helmíntico. O estudo tem como objetivo a investigação do potencial toxicológico e das atividades antidepressiva, anti-inflamatória, antinociceptiva do epóxilimoneno em experimentos não clínicos, bem como a sugestão de mecanismos de ações e elaboração de formulações farmacológicas. O epóxilimoneno foi avaliado em repetidas doses (120 doses) de 25, 50 e 75 mg/kg/dia, em camundongos. A toxicidade foi determinada pelos parâmetros comportamentais, bioquímicos, hematológicos e morfológicos. A avaliação dos possíveis efeitos antidepressivos, bem como o provável mecanismo de ação do epóxilimoneno foi realizada com o teste do nado forçado e suspensão pela cauda. A atividade antiinflamatória foi avaliada utilizando vários agentes flogísticos que induzem o edema de pata, modelo de peritonite, permeabilidade induzida pelo composto 48/80, atividade da mieloperoxidase, mensuração de citocinas. Avaliação da atividade antinociceptiva foi realizada por meio do teste de contorção induzida por ácido acético, teste da placa quente e teste da formalina. O epóxilimoneno não causou nenhum sinal comportamental de toxicidade, bem como, não apresentou nenhuma alteração bioquímica, hematológica e morfológica significativa em camundongos e nas doses testadas. Em todas as doses e nos testes aplicados, o epóxilimoneno demonstrou atividade antidepressiva, de maneira dose dependente, especialmente em 75 mg/kg em comparação com a os padrões, paroxetina e imipramina. O estudo apontou que a ação antidepressiva do epóxilimoneno está possivelmente associada a modulação da neurotransmissão serotoninérgica e adrenérgica. O epóxilimoneno demonstrou atividade anti-inflamatória em camundongos, por possíveis efeitos na redução de mediadores inflamatórios, migração de neutrófilos e a concentração de citocinas. Também foi possível sugerir que a atividade antinociceptiva apresentada é devido ao envolvimento de receptores opióides. Diante da observação de importantes propriedades farmacológicas e sugestão de mecanismos de ação para o epóxilimoneno foi submetido ao Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NINTEC) da UFPI o pedido de patente de sua aplicação como princípio ativo em formulações sólidas, para o tratamento e/ou prevenção de doenças relacionadas ao sistema nervoso central.