Este trabalho iniciou-se com um estudo prospectivo a partir dos artigos científicos e
patentes depositadas os quais abordassem as palavras-chave relacionadas ao
desenvolvimento de filmes finos empregando corante na construção de sensores
eletroquímicos. Os artigos científicos foram analisados e filtrados na Base Web of
Science e Scopus enquanto o estudo prospectivo foi realizado com base nos pedidos de
patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI, Escritório
Europeu de Patentes - EPO, na base Derwent e no Escritório Norte- americano de
Marcas e Patentes (USPTO). Como resultado desse estudo foi possível observar que o
uso do corante, por exemplo, o Vermelho de Alizarina S na construção de filmes finos,
do tipo Layer-by- Layer (LbL), como plataforma para sensores eletroquímicos para
detecção de peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) é inovador até o presente momento, visto
que não foram encontradas patentes e nem artigos científicos nas bases pesquisadas. Em
um segundo momento, o VAS foi imobilizado em eletrodos de ITO (Óxido de Estanho
dopado com Ìndio, um vidro condutor) empregando-se a técnica LbL de automontagem.
A formação do filme de VAS sobre ITO foi possível a partir da conjugação do corante
com os polímeros ágar e PAH ((poli(alilaminahidroclorada). Nanotubos de carbono de
parede simples (NTC) funcionalizados com -COOH foram utilizados para aumentar o
sinal eletroquímico do sistema LbL. Os filmes foram desenvolvidos em arquiteturade
tricamadas de ágar/PAH/VAS ou ágar(NTC)/PAH(NTC)/VAS e caracterizados por
Voltametria de Pulso Diferencial (VPD), Espectroscopia na região do UV-Visível (UV-
Vis) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Após sua caracterização o filme de
ágar(NTC)/PAH(NTC)/VAS foi testado para detecção do H 2 O 2 . Sob potencial constante
de -0,5 V vs SCE, o filme exibiu rápida resposta e o limite encontrado foi 0,15 µmol L -1 .
A terceira etapa desta pesquisa, foi a solicitação do pedido de patente, intitulada:
Plataforma sensora à base de corantes e polissacarídeos, junto ao NINTEC-UFPI.
Finalmente, em uma segunda etapa experimental, foram produzidos filmes (LbL) de
nanopartículas de ouro, estabilizadas com a carragenana, (carr-AuNPs) as quais foram
intercaladas com a Polianilina (PANI), um polímero condutor. Os filmes LbL de carr-
AuNPs e PANI foram preparados em eletrodos flexíveis de ouro (EFAu), de baixo custo
e fácil fabricação. Os filmes foram caracterizados por Voltametria Cíclica (VC),
Espectroscopia na região do UV-Visível (UV-Vis) e Microscopia de Força Atômica
(AFM). ) O sinergismo encontrado entre as carr-AuNPs e a PANI foi capaz de melhorar
a resposta eletroquímica e estabilidade do polímero condutor em meio fisiológico (PBS
0,1 mol L -1 , pH 7,1) em até três vezes. A presença das carr-AuNPs no filme promoveu
um aumento significativo na rugosidade do eletrodo de EFAu modificado quando
comparado ao eletrodo sem modificação.A partir dos estudos de UV-Vis observou-se
que os filmes produzidos envolvem processos autorregulados, para ambas sequencias
propostas. O filme de PANI/carr-AuNP apresentou melhoria considerável na
estabilidade e condutividade da PANI em meio fisiológico, surgindo como material
potencial para aplicação em biossensoriamento.