A prata é conhecida desde a antiguidade por ser um potente agente antimicrobiano e por não causar resistência bacteriana. A fabricação de nanopartículas de prata tem despertado bastante interesse como alternativa aos produtos encontrados no mercado visto que em baixas concentrações apresentam atividade eficiente e persistente. A possibilidade de novas sínteses, principalmente pela via biológica, utiliza produtos naturais, como as gomas, sem causar danos ao meio ambiente e com o mínimo de agentes tóxicos. A goma de cajueiro como estabilizador torna as nanopartículas biocompatíveis aumentando a biocompatibilidade com a pele. Neste estudo foi realizada a modificação química da goma de cajueiro com anidrido ftálico obtendo-se quatro derivados (GCM1, GCM2, GCM3 e GCM4) que foram caracterizados por espectroscopia na região do infravermelho (FTIR), análise elementar, termogravimétrica e calorimetria exploratória diferencial. Foram produzidas duas formulações de nanopartículas de prata pelo método de redução in situ (FGCM4 e FGCNM) em que utilizou-se GCM4 e goma de cajueiro não modificada (GCNM) como agentes estabilizantes, borohidreto como agente redutor e carboximetilcelulose (CMC) como matriz polimérica. As formulações mostraram atividade antimicrobiana contra Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Eschechia coli e Candida albicans. A formulação com a FGCNM foi efetiva no processo de cicatrização no 7º e 14º dia após a indução da ferida cirúrgica, no entanto a FGCM4 foi efetiva apenas no 14º dia. Neste sentido, as nanopartículas de prata estabilizadas com goma de cajueiro com o sem modificação química com anidrido ftálico, produzidas pelo método in situ, podem fornecer uma nova direção terapêutica para o tratamento de feridas cirúrgicas e o combate contra vários micoorganismos patogênicos de maneira eficaz e economicamente viável.