Resina de Líquido da castanha de caju (LCC) utilizada para redução da permeabilidade de superficie de concreto
Liquído da castanha de caju, concreto impermeabilizante
A biotecnologia desempenha um papel importante no desenvolvimento de diversos produtos fundamentais a sociedade. Desde aditivos para combustíveis/concretos, os fármacos e etc.. Todavia, alguns produtos necessitam de constante melhorias. No caso do concreto, que é um material intrinsecamente poroso, pode apresenta patologias decorrentes dos vazios, que facilitam a penetração de fluidos no seu interior, e permitir a degradação por corrosão. O grande desafio da tecnologia de concreto atualmente parece ser aumentar a durabilidade das estruturas. Uma das alternativas é a redução da permeabilidade e consequentemente, através da diminuição da porosidade, preservando as características superficiais. Nesse contexto, o trabalho foi desenvolvido com o objetivo de agregar valores a cadeia produtiva do agronegócio da cultura do caju, utilizando um subproduto, o Líquido da castanha de caju (LCC técnico), com a finalidade de reduzir a porosidade dos concretos aparentes. Isto se tornou possível porque o LCC pode ser polimerizado através da síntese de condensação, utilizando-se o formaldeído, para obter-se uma resina termofixa, que dissolvida em um solvente adequado foi aplicada sobre a superfície do concreto curado a 28 dias. A resina foi caracterizada por diversas técnicas físico-químicas e finalmente aplicada pura e dissolvida em biodiesel, em corpos-de-prova cilíndricos de 10x20 cm. Sobre esses foram realizados ensaios de absorção de água e índice de vazios, resistência à compressão e análise de microscopia eletrônica de varredura. Os resultados obtidos para os ensaios de absorção de água foram 1,87 e 0,81 e índice de vazios 4,58 e 1,98, para resina pura e solução de resina/biodiesel respectivamente, de acordo com a norma NBR 9778/2005, mostrando redução da permeabilidade à água e porosidade, obtendo um concreto durável. O rendimento da aplicação da resina pura foi 3,5 m2/Kg, já a da solução resina/biodiesel foi 5 m2/Kg, sugerindo um produto de alto valor agregado e com viabilidade econômica.