AVALIAÇÃO TOXICOLÓGICA E ESTUDO DAS ATIVIDADES ANTI-INFLAMATÓRIA E ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO DAS VAGENS DA Samanea tubulosa (Benth).
Toxicologia
MTT
Produto natural
Inflamação
Bordão de velho
S
Uma das grandes preocupações da realização de estudos em plantas com grande potencial para alimentação animal, além daquelas usadas como fitoterápicos, se deve ao pouco conhecimento de seus efeitos sobre o organismo. Dentre essas, a Samanea tubulosa é popularmente utilizada na alimentação animal e em tratamentos de infecções de pele e infestações parasitárias com poucas evidências científicas quanto a seu uso. Com isso objetivou-se avaliar a toxicidade do extrato da Samanea tubulosa in vitro e in vivo, com ênfase na função reprodutiva. Concomitantemente, foram investigadas as atividades anti-inflamatórias e antioxidantes. O estudo de toxicidade aguda foi realizado conforme as orientações da OCDE 425. Observações como alterações de pele, agressividade, mortalidade e piloereção foram feitas sistematicamente após administração da dose nos animais. Testes de MTT e hemólise foram realizados nas concentrações de 6,25 a 800 µg/ml. Para toxicidade reprodutiva foram utilizados ratos (Wistar), machos e fêmeas (180-250g), formando cinco grupos gestantes (n=7): 1- Veículo (10mL/kg), 2- Hidroalcoólica, 3- Hexânica, 4- Acetato de Etila e 5-Aquosa, todos com dose de 240mg/kg. Os fetos foram separados para a análise esquelética passando por soluções, sendo então eviscerados, desidratados e colocados em Alizarina Red para coloração. No que tange a atividade anti-inflamatória, foi usado a carragenina para induzir edema de pata e peritonite e em seguida foram feitas avaliações histológica, contagem total e diferencial de células inflamatórias e atividade da mieloperoxidase. Além disso, para avaliar a atividade antioxidante, foram realizados ensaios sequestradores de radicais hidroxila, NO e TBARS. Os resultados da toxicidade aguda demonstraram que não houve diferença significativa (p>0,05) no peso dos órgãos entre o grupo controle e os tratamentos após 14 dias. Testes de citotoxidade não exibiram tais efeitos. Os índices de fertilidade e nascimento e a variável de peso ao nascer foram significativamente diferentes entre as frações quando comparadas ao controle. Frações do extrato provocaram um aumento na incidência de alterações esqueléticas e o aparecimento de malformações. O extrato etanólico da Samanea tubulosa (EEST) 25, 50 e 100 mg/kg mostrou-se eficaz na redução do edema chegando a 95.70% de inibição, provocando diminuição significativa na contagem total e diferencial de leucócitos. Todos os testes mostraram um bom potencial antioxidante, diminuindo todos os valores. As frações estudadas das vagens da S. tubulosa apresentam toxicidade na dose de 240mg/kg sobre a gestação de ratas Wistar, provocando redução pronunciada do peso dos fetos, diminuição do índice de fertilidade nas frações hidroalcoólica, aquosa e acetato de tila e diminuição do índice de gestação na fração hexânica, havendo retardo do desenvolvimento do feto e presença de malformações nas esternébras. Portanto, o EEST possui significativos efeitos antioxidantes e antinflamatórios, não produz toxicidade aguda por via oral nas doses estudadas e não tem efeitos significativos no estudo da citotoxicidade em macrófagos e eritrócitos, porém demonstra toxicidade gestacional. Conclui-se a vagem de S. tubulosa contém princípios ativos muito importantes do ponto de vista farmacológico, porém com contra indicação na gestação. Esses princípios deverão ser isolados e melhor estudados no seu potencial farmacológico e toxicológico.