Perfil zoosanitário da caprinocultura e ovinocultura e investigação sorológica das Lentiviroses de Pequenos Ruminantes nas Microrregiões Homogêneas de Floriano, Picos e do Alto Médio Canindé, Estado do Piauí.
Epidemiologia, Lentivírus, CAEV, Maedi-Visva
Com o objetivo de caracterizar o perfil zoosanitário da ovinocaprinocultura e realizar uma investigação sorológica das Lentiviroses de Pequenos Ruminantes (LVPR) em caprinos e ovinos nas Microrregiões do Alto Médio Canindé, Picos e Floriano, foram investigadas 110 propriedades ovicaprinícolas e analisadas 1280 e 1340 amostras de soro sanguíneo caprino e ovino, respectivamente, utilizando-se o teste de imunodifusão em gel de agarose – IDGA para detecção de anticorpos anti-Lentivirus de Pequenos Ruminantes (LV). O estudo mostrou que o sistema de criação extensivo é adotado em 70,9 % dos criatórios e a principal finalidade é a produção de carne. A maioria dos rebanhos não possui aprisco, esterqueira e pedilúvio; apenas 24,5% dos criadores adotam a quarentena como procedimento de incorporação ao rebanho. Em 71,8% das propriedades não existe identificação individual dos animais e em 88,2% não se realiza qualquer anotação referente ao rebanho. A limpeza diária das instalações é realizada por apenas 1,8% produtores. A vacinação é adotada em 49,1% dos rebanhos, sendo a desverminação a prática sanitária mais difundida entre os produtores (96,4%). As doenças mais relatadas são a linfadenite caseosa, as miíases e verminoses. Quanto ao manejo alimentar, menos de 50% dos criadores fornece alimentação concentrada ao rebanho. Práticas de manejo reprodutivo e de biotecnologias reprodutivas não são utilizadas pelos criadores e a monta natural não controlada é o método predominante (88,2%). Quanto ao inquérito sorológico, nenhum dos soros analisados reagiu positivamente, constatando-se uma soroprevalência nula. Diante dos resultados dessa pesquisa, conclui-se que, a ovinocultura e a caprinocultura nas microrregiões do Alto Médio Canindé, Floriano e Picos são praticadas quase exclusivamente de forma extensiva, com baixo investimento tecnológico, com produção voltada principalmente para a produção de carne, apresentando deficiências quanto à utilização de práticas de manejo sanitário e nutricional, o que acaba impossibilitando a prevenção e o controle de doenças, principalmente as de origem infecciosas e parasitárias; e que ainda ocorrem áreas livres das LVPR no Estado do Piauí, existindo, assim, a necessidade da efetivação de medidas preventivas nessas microrregiões, principalmente no momento em que se verifica a importação de animais para melhoramento genético.