Análise morfométrica de abelhas africanizadas da região litorânea e do sertão do Piauí
Apis mellifera, morfometria geométrica, abelhas africanizadas
Este trabalho teve como objetivo verificar as possíveis diferenças entre populações de abelhas africanizadas da região litorânea e do sertão do Piauí, utilizando como técnica a morfometria geométrica. O material analisado foi constituído de operárias adultas de abelhas africanizadas provenientes da região litorânea e do sertão do Piauí. As coletas das amostras foram realizadas no período de Dezembro de 2012 a Maio de 2013. Em cada uma das duas regiões foram coletadas amostras de 10 apiários, sendo coletadas 10 operárias por colônias e duas colônias por apiário. No sertão foi escolhido um município com representação na apicultura e no litoral foi feita em dois municípios que se destacam na apicultura. Os apiários amostrados foram georeferenciados, as amostras foram devidamente identificadas com o local de coleta, com o número da amostra e conservadas em álcool 70%. Utilizaram-se como referência comparativa de raças as imagens digitais das asas de 50 indivíduos das subespécies europeias, africana e 45 indivíduos de abelhas africanizadas oriundas de Ribeirão Preto nas análises morfométricas. No total foram analisadas 645 imagens de asas. As análises de morfometria geométrica foram realizadas no laboratório do Setor de Apicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Piauí em Teresina/PI. Para a análise morfométrica, foram utilizados os padrões de venações da asa anterior direita com 19 landmarks, essas peças foram retiradas com o auxílio de tesoura e montada entre lâmina e lamínula. As asas tiveram suas imagens capturadas através do programa Motic 2.0 ML utilizando uma câmera digital acoplada a um estereomicroscópio. As imagens capturadas foram identificadas e separadas por localidade e região. Para a realização dos estudos de morfometria geométrica, as peças foram registradas e analisadas com o auxílio dos programas tpsDig e MorphoJ. Foram realizadas análises discriminantes e variáveis canônicas. Nas análises das variáveis canônicas, foram necessárias as três primeiras variáveis para acumular 86% da variação total observada. Houve diferenças significativas (P < 0,001) na análise de multivariada entre os 7 grupos estudados. Na análise de dispersão realizada a partir das duas primeiras variáveis canônicas há formação de distintos grupos. As distâncias quadradas de Mahalanobis se mostraram estatisticamente significante. Através da morfometria geométrica das asas foi possível diferenciar significativamente as subespécies avaliadas e se verificar o posicionamento racial das abelhas africanizadas do Piauí. Não fica evidente a existência de ecótipos entre as abelhas da região litorânea e sertão piauiense.