Oftalmopatias en cães naturalmente infectados por Leishmania (leishmania) chagasi em Teresina PI
olho, leishmaniose, canino, erliquiose
Alterações oculares, a cada dia, vêm sendo incluídas na miríade de sinais clínicos atribuídos à leishmaniose visceral canina. O presente trabalho teve por objetivo caracterizar as diversas oftalmopatias dos olhos de 100 cães naturalmente infectados por Leishmania(Leishmania)chagasi em Teresina-PI.; descrever as alterações histopatológicas das estruturas oculares; avaliar, através da imuno-histoquímica, a presença de formas amastigotas da Leishmania sp. nestas estruturas; e determinar a prevalência de co-infecção entre Leishmania(Leishmania)chagasi e Ehrlichia canis. O diagnóstico de leishmaniose foi realizado através da presença de formas amastigotas do parasita no aspirado de medula óssea e linfonodos. O diagnóstico de E. canis foi realizado com auxílio do teste molecular n-PCR. Os principais sinais clínicos diagnosticados foram alterações oftálmicas, verificadas em 92% dos cães avaliados. Uveíte, com 79% dos casos, foi a principal lesão ocular, seguida por conjuntivite(75%), blefarite(61,6%), ceratite(44%), ceratoconjuntivite seca(21%). Anemia normocítica normocrômica, foi a principal alteração no perfil hematológico, atingindo 82,6% dos cães avaliados. Trombocitopenia foi o achado plaquetário mais importante, acometendo 40,6% dos casos. Hiperproteinemia(82%), hiperglobulinemia(92%) e hipoalbuminemia(88%), foram os principais achados referentes aos níveis de proteína plasmática. O estudo histopatológico das estruturas oculares revelou processo inflamatório, as vezes difuso, as vezes focal, apresentando, na maioria das vezes, intensidade moderada, sendo constituídos, principalmente, por linfócitos, monócitos, neutrófilos e macrófagos, às vezes, contendo formas amastigotas do parasita em seu citoplasma. Os processos inflamatórios foram visualizados na conjuntiva bulbar, esclerótica, íris e corpo ciliar. As formas amastigotas da Leishamania sp., foram detectadas, pricipalmente, nos infiltrados inflamatórios da conjuntiva bulbar, esclerótica e corpo ciliar. A pesquisa revelou co-infecção entre Leishmania(Leishmania)chagasi e E. canis em 27% dos cães. Os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de se realizar diagnóstico diferencial para Leishmania sp. em cães que apresentem lesões oftálmicas em regiões endêmicas.