As raças de galinhas nativas são importantes para o desenvolvimento da produção avícola mundial e de subsistência, contudo apenas 25% das raças de galinhas nativas (Gallus gallus) do mundo estão em algum tipo de programa de conservação. Informações moleculares poderão apoiar esses programas de conservação e utilização dessas raças, auxiliando no progresso de projetos e fornecendo informações importantes sobre esses valiosos recursos genéticos para produção avícola comercial e para o relato da história da humanidade. Dado o exposto, objetiva-se, avaliar através de marcadores microssatélites e DNA mitocondrial, os níveis da diversidade genética, a relação filogenética e os padrões de introgressões existentes entre raças nativas de galinhas brasileiras e de países da Península Ibérica, com o intuito de fornecer subsídios para programas de conservação e uso sustentável da diversidade genética da espécie. A pesquisa foi realizada pela UFPI em parceria com UEMA, UCO e INIAV. Foram utilizados dois tipos de marcadores moleculares (DNA mitocondrial e Microssatélites) para a realização do estudo genético. Foram avaliadas três raças nativas do Nordeste do Brasil, quatro raças de Portugal, nove raças da Espanha, uma do Chile e uma da Nigéria e como grupos controles três variedades comercias, totalizando 21 grupos genéticos. Fez-se uso de vários softwares estatísticos para estimar a nível de DNA nuclear e não nuclear os índices de diversidade nucleotídica, diversidade haplotípica, e as distâncias dentro, entre e para todas as populações incluídas nos grupos que foram formados. As análises filogenéticas mitocondriais apontam que as raças nativas de galinhas brasileiras apresentam múltiplas origens, principalmente de galinhas Europeias, indianas, africanas e chinesas. As três raças de galinhas do Brasil avaliadas pertencem a três grupos genéticos distintos. Sendo a raça Canela-Preta com características genéticas próprias e as Raças Caneluda do Catolé e Peloco compartilham combinações gênicas. Com base nos microssatélites as galinhas do Brasil são mais próximas geneticamente das aves de Portugal, Nigéria e Araucanas do Chile. As raças do Brasil, Portugal e Espanha, contém estruturas genéticas especificas de cada país, o que demonstra a riqueza genética da espécie Gallus gallus. Estes resultados contribuirá diretamente para conservação dessas raças e incentiva a promoção de novas pesquisas genéticas em outros estados do Brasil, bem como em outros países. Estes são os primeiros trabalhos nessa envergadura com raças nativas de galinhas do Brasil em conjunto com Península Ibérica, isto resulta em fortalecimento, valorização e reconhecimento dessas raças no meio científico, bem como na área rural com produtores. Os dados genéticos demonstram que as raças de galinhas nativas constituem um reservatório vasto e importante de diversidade genética para a produção e conservação da espécie Gallus gallus Estimular a produção, bem como a comercialização desses materiais genéticos se faz primordial, pois dessa forma estaria promovendo a conservação e utilização desses patrimônios genéticos, que também deve ser mais estudado a fim de elucidar o real potencial genético dessas aves que se mostram promissoras.