Imunopatogenia da lesão renal em suínos naturalmente infectados por leptospiras
Palavras-chave: Suíno, Leptospiroses, Rim, Imunopatogenia.
As leptospiroses são doenças zoonóticas que provocam lesões, principalmente, nos rins, caracterizada como nefrite túbulointersticial. O mecanismo de lesão é complexo e pouco compreendido, estudos apontam para ação direta da bactéria sobre células do hospedeiro com produção de toxinas e enzimas proteolíticas, mas, também é observada a participação do sistema imune inato e adquirido. Este estudo pretende determinar a imunopatogenia das leptospiroses em suínos infectados naturalmente. Para este estudo foram colhidos os soros de 143 suínos e os seus respectivos rins. Pela técnica de soroaglutinação microscópica obteve-se oito amostras positivas para um ou mais sorovares de Leptospira interrogans. A técnica de PCR foi realizada em 138 amostras de tecido renal e apenas sete animais foram positivos. Dentre as alterações histopatológicas observadas, nefrite intersticial foi a mais encontrada, sendo que o infiltrado era mononuclear, localizando-se principalmente na região cortical, de distribuição focal, peritubular e perivascular, com intensidade variando de mínima a moderada. A avaliação semi-quantitativa das marcações de antígeno de Leptospira spp., revelou que o antígeno estava presente em maior quantidade nas células epiteliais tubulares, seguido pelas células glomerulares, células intersticiais, células epiteliais parietais da cápsula de Bowman e células inflamatórias. Foi realizada a padronização dos marcadores da resposta imune humoral (IgG, IgA, IgM) e celular (células T CD4+, MHC classe II). A marcação de IgM foi observada no endotélio de vasos intersticiais, endotélio de capilares glomerulares, apresentando uma marcação focal; a marcação de IgG foi observada no endotélio dos vasos intersticiais, na cápsula de Bowman e no endotélio dos capilares glomerulares; Já a marcação de IgA foi observada em células epiteliais tubulares, cápsula de Bowman, capilares glomerulares e vasos intersticiais. Para o marcador CD4+ a marcação foi focal e observada em células epiteliais tubulares, células glomerulares (células mesangiais) e em células intersticiais. Já para o marcador MHC II, a marcação foi observada em células epiteliais tubulares, células intersticiais, células glomerulares (mesangiais), cápsula de Bowman.