Staphylococcus aureus tem emergido como um patógeno zoonótico, cuja evolução de sua virulência e resistência antibiótica tem sido associada à suinocultura. Este trabalho avaliou, em suínos criados em granjas de Teresina, a presença desta bactéria, seu perfil de resistência antibiótica e a capacidade de produção de biofilme. Espécimes clínicos, totalizando 164 amostras, foram obtidos de 82 suínos, para o isolamento de Staphylococcus spp. As estirpes de S. aureus foram identificas por meio de provas bioquímicas, e confirmação pela presença dos genes 16S rRNA e nuc. A susceptibilidade antibiótica e a resistência à meticilina foram, respectivamente, avaliadas por difusão em disco e triagem em ágar contendo meticilina, enquanto a produção de biofilme pelas técnicas de Ágar Vermelho Congo e Aderência em Microplaca. Foram testadas 551 colônias de Staphylococcus spp e destas 29 (5,3%) confirmadas como S. aureus, sendo isoladas de 17 (20,7%) animais. Nenhuma das estirpes possuía o gene mecA, contudo apresentavam multirresistência e fraca produção de biofilme. Um fato inusitado foi a presença de S. sciuri, portador do gene mecA e de elevada multirresistência, associado a uma das estirpes de S. aureus, formando populações mistas, sendo ambas isoladas de uma única colônia. Esta associação compromete a terapia antibiótica, mas pode favorecer transferência do gene mecA entre as espécies, e a evolução de S. aureus.