Esta pesquisa teve o objetivo de avaliar o efeito da adição de angiotensina-(1-7), por via subcutânea, em protocolo de IATF de cabras, bem como seus efeitos na PIV de embriões ovinos. Para seus efeitos na IATF, um protocolo pré-experimental foi realizado para a busca de uma dose mínima deste peptídeo, por via subcutânea, capaz de provocar efeitos cardiovasculares em caprinos os quais seriam a evidência de sua absorção e atividade. A dose encontrada foi usada posteriormente no protocolo experimental. No protocolo experimental foram utilizadas 82 cabras, as quais foram divididas aleatoriamente em dois grupos experimentais: controle (n=40), angiotensina-(1-7) (n=42). Todos os animais foram submetidos ao protocolo de sincronização do estro e ovulação, que consta da aplicação de esponjas vaginais impregnadas com 60 mg de acetato de medroxiprogesterona durante 11 dias. No 9º dia foram aplicados, via intramuscular, 300 UI de Gonadotrofina Coriônica Equina (eCG) e 125 µg de cloprostenol. No dia 11 foram removidas as esponjas e nos dias 12 e 13 (24 e 48h após a retirada das esponjas, respectivamente) os animais receberam os tratamentos de acordo com os grupos experimentais: o grupo controle recebeu 30 µg/kg de ciclodextrina em 2 ml de água destilada por animal, via subcutânea e o grupo angiotensina recebeu solução de Angiotensina-(1-7) + ciclodextrina diluída em água destilada na concentração encontrada no protocolo pré-experimental. A inseminação artificial (IA) foi realizada 38 e 50 horas após a retirada das esponjas com sêmen congelado. No pré-experimento foi realizada análise de variância seguida do teste de Holm-Sidak, com nível de significância de 5% (P<0,05) e no experimento foi realizado o teste do Qui-Quadrado de aderência a 5% (P<0,05) para avaliação das taxas de desempenho reprodutivo. Para as análises hormonais foram utilizados análise de variância seguida do teste de Dunnett’s a 5% de significância (P<0,05) para a análise de estradiol (E2) e teste de Fischer a 5% de significância para taxa de ovulação (P4). Para avaliar o efeito da Angiotensina-(1-7) na maturação oocitária, foram utilizados 74 oócitos, cultivados na ausência ou presença de Ang-(1-7), G-1 e G-2, respectivamente. Para confirmação do efeito da Ang-(1-7), o grupo 3 (G-3) recebeu ang-(1-7) adicionado ao seu antagonista específico A-779 (D-ala-779) na mesma concentração. A análise estatística foi realizada pelo teste do Qui-quadrado de aderência com nível de confiança de 95% (p<0.05). O resultado do pré-experimento mostrou diminuição significativa na média geral da pressão arterial sistólica (p<0,05) na concentração de 20 μg/kg de Ang-(1-7) justificando assim o uso da dose no protocolo experimental. Nas taxas de desempenho reprodutivo não houve diferença significativa em nenhum dos tratamentos. Nos níveis hormonais não houve diferença significativa nas taxas de estradiol e ovulação. Em relação à taxa de maturação oócitária, angiotensina-(1-7) na concentração de 1 µM bem como a sua adição a 1 µM acrescida de seu antagonista específico A-779 diminuem a taxa de maturação in vitro de oócitos ovinos. Conclui-se que a aplicação de angiotensina-(1-7) na concentração de 20μg/kg durante o período pré-ovulatório, com apenas duas aplicações, não foi capaz de incrementar o desempenho reprodutivo de cabras submetidas ao protocolo de IATF e que a adição de angiotensina-(1-7) a 1 µM, bem como a adição de angiotensina-(1-7) a 1 µM juntamente com o seu antagonista específico A-779 na mesma concentração, diminuem a taxa de maturação in vitro de oócitos ovinos.