Prevalência de Theileriose equina na microrregião de Teresina, Piauí, Brasil
Theileria equi; equino; epidemiologia; diagnóstico
A theileriose equina faz parte do complexo piroplasmose equina, que é causada pelo
protozoário Theileria equi e sua distribuição geográfica esta diretamente relacionada à
presença de carrapatos vetores. Acredita-se que a theileriose equina seja uma das principais
doenças que acometem os equinos na microrregião de Teresina-PI. Assim, objetivou-se com
este estudo determinar a prevalência da theileriose equina e os fatores de risco associados com
esta prevalência na microrregião de Teresina, Estado do Piauí, Brasil. O estudo foi conduzido
nos municípios que fazem parte desta microrregião, totalizando 21 propriedades e 192
equinos avaliados. Em todos os animais foram colhidas amostras de sangue periférico para
pesquisa parasitológica e sangue venoso para exames hematológico (microhematócrito), e
molecular (nPCR). Foram aplicados em todas as propriedades, questionários envolvendo
aspectos epidemiológicos da doença. A prevalência pela nestedPCR de T. equi foi 59,0%
(113/192). A visualização de merozoítos e/ou trofozoítos de T. equi e B. caballi nos
esfregaços sanguíneos periféricos respectivamente, em 25,1% (43/192) e 5,2% (10/192). O
sequenciamento de DNA usando o gene do antígeno de merozoíto de T. equi (EMA-1)
mRNA resultou em um fragmento de 102 pb e mostrou forte identidade (100% de
similaridade) com a sequência de DNA de dez cepas de Babesia equi (T. equi). Essas
amostras tiveram similaridade com outras cepas de T. equi isoladas de estudos do Brasil,
Japão e Escócia, variando de 93% a 99% de identidade. Pela análise da prevalência, de acordo
com a faixa etária e o sexo não houve diferença significativa (p>0,05). A média do volume
globular (VG) de animais positivos comparado aos negativos não diferiu estatisticamente
(p>0,05). O inquérito aplicado nas 21 propriedades visitadas demonstrou que a criação semiintensiva
predominou em 61,9% dos produtores. Grande parte dos produtores (95,2%) cultiva
pasto, e somente 57,1% fazem rotação de pastagem. Em 67% das propriedades existiam
animais parasitados por carrapatos. Todos controlavam a população destes ectoparasitas
realizando aplicação de acaricidas quando os animais estavam com alta infestação, sendo que,
somente 52,4% realizavam mudança de princípio ativo. Dos 98,4% de carrapatos coletados
eram da espécie Anocentor nintens. O histórico clínico de theileriose foi relatado em 28,3%
das propriedades, sendo tratada em 19%. Em 100% das propriedades não houve óbito de
animais com histórico clínico da doença. O estudo da prevalência da theileriose equina na
microrregião de Teresina, região Meio-Norte do Brasil indicou que trata-se de região
endêmica para essa enfermidade, provavelmente transmitida por A. nintens e a PCR uma
técnica de grande importância no diagnóstico de animais portadores e assintomáticos e uma
ferramenta preciosa que apresenta elevada sensibilidade e especificidade, o que a torna
apropriada para estudos epidemiológicos, possibilitando a adoção de medidas profiláticas e
terapêuticas adequadas.