Perfil de pressão arterial em cães atendidos no Hospital Veterinário Universitário do município de Teresina-PI
HIPERTENSÃO
URÉIA
CREATININA
A aferição de pressão arterial na medicina veterinária está se tornando uma ferramenta de grande importância, pois permite uma avaliação do estado circulatório do animal, assim como diagnóstico precoce de inúmeras enfermidades que podem estar relacionadas ao desequilíbrio hemodinâmico. Dentre as alterações decorrentes de desequilíbrios da pressão arterial sistêmica estão a hipertensão que consiste em um aumento da pressão arterial e hipotensão que decorre de sua diminuição. As lesões ocasionadas por estes desequilíbrios estão mais relacionadas à hipertensão, sendo as de maior relevância as lesões oculares, neurológicas, cardiovasculares e renais. Objetivou-se a avaliação da frequência de aparecimento de hipertensão em cães no município de Teresina-PI e correlação com o perfil bioquímico sanguíneo, sinais clínicos em relação à hipertensão e níveis de risco. Foram utilizados 438 cães de ambos sexos, com idade e peso variáveis, provenientes da rotina clínica de atendimentos do Hospital Veterinário Universitário. A mensuração da pressão arterial foi verificada por meio de um aparelho de aferição de pressão arterial por oscilometria (PetMAP- Ramsey Medical, Inc; Flórida-USA), no membro torácico esquerdo com o punho colocado no nível do rádio e ulna. Os animais foram considerados hipertensos quando a Pressão Arterial Sistólica (PAS) foi maior que 150mmHg, a Pressão Arterial Diastólica (PAD) maior que 95mmHg ou a Pressão Arterial Média (PAM) for superior a 120mmHg. Foram realizadas coletas de sangue, por meio de venopunção da jugular para bioquímica sanguínea, sendo que este material foi processado no Laboratório de Patologia Clínica do Hospital Veterinário Universitário. Quanto à dosagem de glicose, a análise foi feita através do aparelho portátil para dosagem de glicose (Accu-check®). Foram encontrados 74,5% do total de pacientes atendidos considerados hipertensos. O delineamento estatístico foi o teste do Qui-quadrado a 5% (p<0,05), dentre as variáveis bioquímicas ureia, creatinina, alanina aminotransferase, preteína total, globulina sofreram interferência da pressão arterial. Quanto aos sinais clínicos, somente a presença dos sinais oculares, foram significativos. Outro teste foi a Correlação de Pearson com nível de significância a 5% (p<0,05) aplicado entre todos os testes bioquímicos e a idade em relação à pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM). Em relação à PAS as variáveis significativas foram ureia, creatinina, albumina e globulina com correlação positiva e alanina aminotrasferase e fosfatase alcalina com correlação negativa. Em relação à PAD as variáveis significativas foram ureia e creatinina com correlação positiva e globulina e glicose com correlação negativa. Em relação à PAM as variáveis significativas foram ureia, creatinina e proteína total com correlação positiva e fosfatase alcalina com correlação negativa. Este estudo observou que há uma grande frequência de animais hipertensos que frequentam a rotina clínica dos consultórios veterinários. A hipertensão pode levar sérios danos aos órgãos alvo e que o diagnóstico para este desequilíbrio deve ser realizado de maneira criteriosa seguindo as diretrizes e parâmetros estabelecidos. Conhecer os mecanismos fisiopatológicos, a gênese da hipertensão e seus riscos são de suma importância, principalmente para a realização de um diagnóstico e para se determinar as melhores condutas decorrentes de urgência e emergências desencadeadas por ela.