Caracterização epidemiológica e fatores de risco associados à Brucella abortus e Leptospira sp. em bovinos na microrregião de Floriano, Piauí.
bovino, brucelose, leptospirose, prevalência, Piauí
As doenças infecciosas que afetam a reprodução são responsáveis por diminuição nos índices produtivos e reprodutivos dos rebanhos, por ocasionarem repetição do cio, redução das taxas de ovulação, fertilização, sobrevivência embrionária, sobrevivência fetal e sobrevivência perinatal. Para minimizar os danos causados pelos microrganismos é necessário conhecer sua distribuição e comportamento. Apesar dos inúmeros estudos já realizados no Brasil, no Piauí são escassos ou inexistem pesquisas sobre a ocorrência e distribuição de enfermidades infecciosas de bovinos e em particular aquelas que interferem com a produtividade dos rebanhos e eficiência reprodutiva. Tendo em vista a importância da bovinocultura para a microrregião e as perdas econômicas geradas por estas doenças, o objetivo deste trabalho foi determinar a presença de Brucella abortus e Leptospira spp. em rebanhos bovinos da microrregião de Floriano, PI. O trabalho foi realizado em doze municípios: Canavieira, Flores do Piauí, Floriano, Guadalupe, Itaueira, Jerumenha, Nazaré do Piauí, Pavussú, Rio Grande do Piauí, São Francisco do Piauí, São José do Peixe e São Miguel do Fidalgo. Foram analisadas 414 amostras de soro de bovinos. Para pesquisa de anticorpos anti-Leptospira foi realizada a técnica de Soroaglutinação Microscópica (SAM), utilizando 22 sorovares, já para o diagnóstico sorológico da brucelose bovina foi utilizado o teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) como prova de triagem e os soros que reagiram positivamente ao referido teste foram submetidos à prova confirmatória do 2-mercaptoetanol (2-ME). Das 414 amostras examinadas, apenas 2/414 (0,48%) apresentaram anticorpos anti-B. abortus, ao teste do AAT, porém, nenhuma reagiu ao teste confirmatório de 2-ME. Até o momento já foram processadas 301 das 414 amostras de anticorpos Anti-Leptospira, onde revelou a prevalência de 31,56% (n = 95), sendo o sorovar mais frequente o Icteriohaemorragiae. Assim, embora a brucelose não seja um problema sanitário que atinja o rebanho bovino desta microrregião, devem ser estabelecidos esforços para aumentar a conscientização sobre a adesão aos programas sanitários enfatizando a importância da vacinação contra a brucelose e leptospirose, bem como a divulgação de medidas de manejo sanitário adequados aos animais, devendo ser aplicadas pelas autoridades de saúde animal, associações de criadores e cooperativas locais.