EFEITO DA Senna spectabilis SOBRE O SISTEMA REPRODUTOS DE RATOS
Canafístula
gestação
rato
campo aberto
Em regimes extensivos de criações na região Nordeste, os animais herbívoros utilizam todos os tipos de alimentação disponíveis, especialmente as gramíneas e leguminosas. A utilização de plantas nativas da região constitui uma alternativa importante de recurso forrageiro para alimentação animal durante o período seco (SILVA & ALENCAR, 2010). Entretanto as ocorrências de intoxicações por plantas em animais de produção no Brasil são conhecidas desde que os pioneiros portugueses introduziram as primeiras cabeças de gado em pastagens naturais da região (CORREA & MEDEIROS, 2001). A família Leguminosae é uma das maiores e das mais importantes no reino vegetal com grande distribuição geográfica. No gênero Samanea, tem-se estudo do nosso grupo de pesquisas sobre toxicidade do extrato hidroalcoólico de Samanea tubulosa (bordão-de-velho) na gestação de ratas Wistar. Assim como a Samanea tubulosa, a Senna spectabilis é também uma leguminosa (Fabaceae) de grande presença em vegetações nativas da Região Nordeste e de alto consumo pelos animais, por possuírem vagens comestíveis e sabor doce. Verifica-se na avaliação das características organolépticas, cor, odor e aspecto muito semelhantes às da S.Tubulosa. Neste contexto, devido a frequente presença de Senna spectabilis em solos da Sub-Região Meio-norte, e dada à grande semelhança organoléptica com que possui toxicidade gestacional já demonstrada tornou-se necessário a continuação dos estudos. Foram realizados vários protocolos experimentais tais como estudo da dose letal a qual foi superior a 2000 mg/Kg de peso corporal, o que permitiu que fossem usadas as doses de 250, 500 e 1000 mg/Kg de peso corporal na avaliação da toxicidade gestacional, onde foi observado diminuição do tamanho da ninhada e do peso dos fetos. Avaliou-se também a toxicidade para larvas de Artemia salina, na qual houve número significativo de mortes em todas as concentrações testados (1000, 100, 10, 0,1 e 0,01 µg/mL). Nos testes de atividade androgênica, antiandrogênica e toxicidade sistêmica não foram observadas alterações em nenhum dos parâmetros. Na mensuração dos parâmetros hematimétricos, leucocitários e bioquímicos, também não foram observadas alterações, assim como nos testes de comportamento sexual e efeito pró-erétil e no teste de campo aberto não foram observadas quaisquer alterações em relação aos respectivos controles. Conclui-se que a S. tubulosa apresenta toxicidade gestacional e não a presenta atividade sobre a função reprodutiva no macho.