Micobiota e presença de aflatoxinas em alpiste utilizado para pássaros domésticos
Aspergillus, Claudosporium, Eurotium, Fusarium, Mucor; Penicillium, Phalaris canariensis L
O alpiste (Phalaris canariensis L.) é uma gramínea rica em proteínas, com aplicação na alimentação animal principalmente de pássaros granívoros É imprescindível, para garantir a qualidade e sua conservação, que os grãos sejam transportados e armazenados em locais secos e ventilados e, sobretudo, com baixos teores de umidade, do contrário, o desenvolvimento de micro-organismos pode causar fermentações indesejáveis e contaminações por toxinas, que inviabilizam a utilização do produto para consumo humano e animal. Dos micro-organismos que se propagam aos produtos agrícolas, os fungos são os mais tolerantes a baixas disponibilidades de água e são, consequentemente, importantes causas de deterioração. A atividade de água (Aw) dos gêneros alimentícios tem grande influência na micobiota final desses, portanto, o controle sobre o desenvolvimento fúngico durante a estocagem dos produtos é alcançado principalmente pela baixa Aw do produto final. Assim, os fungos têm sido responsáveis por perdas econômicas de relevância pelo aspecto de fitopatogenicidade, o que representa uma série de prejuízos para agricultura em todo o mundo. O impacto causado pela ação direta ou indireta de fungos na agropecuária abrange redução na produtividade pela debilidade imunológica, reações alergênicas, e aos efeitos: teratogênicos, carcinogênicos e mutagênicos. Pelo exposto, objetivou-se analisar a micobiota de alpiste comercializado em casas de rações em Crateús, CE e em Teresina, PI, sua ação toxicológica e suscetibilidade fitopatogênica. Foram coletadas 40 amostras de alpiste comercializados em casas de rações em Crateús, CE e em Teresina, PI, com aproximadamente 500 gramas cada e encaminhadas ao Laboratório NUEPPA/UFPI para contagem, isolamento e identificação fungica, potencial toxicológico das sementes, atividade de água e fitopatogenia. O alpiste era exposto em embalagens originais de fabricação, em cima de madeiras ou em balcão e os consumidores tinham livre acesso aos produtos, esses eram comercializados a granel e podiam ser manipulados pelos mesmos. A contagem fungica nas amostras de Crateús, CE variou de 2,24 ± 0,30 a 3,50 ± 0,93 e em Teresina, PI de 1,43 ± 1,00 a 2,92 ± 0,57 e Aw variando de 0,34 a 0,50 e de 0,45 a 0,50 respectivamente, onde não houve diferença significativa nas amostras analisadas, sendo o alpiste comercializado em casa de rações de ambas cidades, considerados apitos ao consumo animal, pois não existem limites estabelecidos para contagem de fungos para esta semente. No entanto, vale destacar a presença dos gêneros fúngicos encontrados, sugerindo maior atenção no armazenamento e conservação. Pode-se observar que as amostras das duas cidades presentaram contaminação pelos gêneros Aspergillus, Claudosporium, Eurotium, Fusarium, Mucor e Penicillium. As condições de manipulação das amostras podem ter influenciado na contaminação, portanto, deve-se ter cuidado no armazenamento e a manipulação desses produtos, assim com medidas higiênicas devem ser implantadas para a redução do número e maior segurança dos consumidores. Vale ressaltar que embora a contagem possa ser considerada baixa, foi observado um número significativo de diferentes gêneros presente nas amostras o que requer uma maior atenção no seu armazenamento, contribuindo para uma melhor conservação do produto.