DO ROMPIMENTO DE BARREIRAS (QUASE) INTRANSPONÍVEIS ÀDISPOSIÇÃO DE SE LANÇAR: ASSIS BRASIL NO MERCADO EDITORIAL BRASILEIRO DOS ANOS DE 1960 E 1970.
Assis Brasil. Mercado editorial brasileiro. ‘Campo de produção cultural’ da literatura brasileira. Pierre Bourdieu. Roger Chartier.
Tendo em vista a análise da postura do escritor piauiense Assis Brasil ante o mercado editorial e suas complexidades durante os anos de 1960 e 1970 no Brasil, essa dissertação apresenta como base os impasses gerados a partir da busca deste escritor pela edição de suas obras em um lugar literário permeado por leis específicas. A publicação da obra de Assis Brasil e o mercado editorial dessa mesma época, dentre outros aspectos, comungam dos mesmos entraves para a disseminação de uma produção cultural literária em consequência de estar inserida no momento em que se estabelece o período ditatorial no contexto social brasileiro. Considerando que tal questão é de fundamental relevância para uma melhor compreensão dessa dissertação, os estudos de alguns teóricos, incluindo-se aí a teoria de Roger Chartier sobre a história do livro, na qual ele afirma que, antes e depois de Gutenberg, as estruturas fundamentais do livro eram as mesmas, porém sempre sujeitas às revoluções, além das técnicas de impressão e publicação. Para tanto, vale ressaltar também a importância de se discutir, nesse trabalho, o campo cultural literário brasileiro daquela época, bem como os agentes literários que nele atuavam, os escritores, os editores, os críticos literários e os leitores numa abordagem defendida por Pierre Bourdieu ao apresentar sua concepção acerca do conceito de ‘campo de produção cultural’ e as estratégias de entrada e permanência nesse cenário. Por fim, foram abordadas, com mais detalhes, as estratégias de Assis Brasil e a luta pela inserção em um mercado editorial e um cenário cultural literário fortemente regidos por especificidades nem tão claras num período de fechamento político ferrenho.