A educação de Surdos, no Brasil, passou por mudanças nas últimas três décadas. Já submetida a um modelo segregacionista e a abordagens como Oralismo e Comunicação Total, vê-se a resistência dos Surdos à imposição de formas não reconhecedoras de suas singularidades linguísticas, identitárias e culturais. Dispositivos como a Lei 10.436/2002 fortalecem e reconhecem como instrumento legal de comunicação e expressão da comunidade surda a Língua Brasileira de Sinais (Libras), que não substitui a modalidade escrita da Língua Portuguesa, conforme a referida Lei. Assim, mostra-se como opção a proposta de educação bilíngue para Surdos em salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE), nas quais a perspectiva bilíngue evidencia-se como uma sugestão em que a Libras é usada como língua de instrução, dando todo um aparato para o aprendizado da Língua Portuguesa como Segunda Língua (L2). Nesse sentido, o objetivo do nosso trabalho é investigar como se dá o aprendizado de português por parte dos Surdos, evidenciando as estratégias docentes em relação à leitura na perspectiva bilíngue, em uma sala de AEE de Teresina. Como objetivos específicos, propomos: a) identificar as estratégias de leitura usadas pelos docentes para ensino de Língua Portuguesa como L2; b) descrever as estratégias de leitura do aluno Surdo na perspectiva bilíngue a partir de gêneros textuais explorados; e c) verificar se as estratégias docentes atendem às especificidades dos alunos Surdos no aprendizado de língua portuguesa como L2. A proposta seguirá uma abordagem qualitativa, de natureza aplicada, por meio de uma pesquisa bibliográfica e de campo, com objetivo descritivo e explicativo. O aporte teórico contempla autores como Bento (2021), Fernandes (2012), Pires e Santos (2020), Quadros e Karnopp (2014), Gabriel (2022), dentre outros. Esperamos confirmar (ou não) que o desenvolvimento das habilidades de leitura passa pela concretização da perspectiva bilíngue e pelo uso da contextualização visual de textos.