Banca de DEFESA: RISOLETA VIANA DE FREITAS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RISOLETA VIANA DE FREITAS
DATA: 26/07/2023
HORA: 09:00
LOCAL: DEFESA DE TESE
TÍTULO: ESPAÇO VIVENCIAL E IDENTIDADE DA MULHER NEGRA NA PROSA ROMANESCA DE MIRIAM ALVES
PALAVRAS-CHAVES: Miriam Alves: romances. Literatura negra brasileira contemporânea. Espaço vivencial. Identidade.
PÁGINAS: 168
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO:

A tessitura poética de Miriam Alves vem conquistando, cada vez mais, a simpatia de leitoras e leitores da crítica especializada. Alves – poetisa, contista, romancista e ensaísta – atenta-se às questões que envolvem a realidade vivencial-afetiva de homens negros, mas, principalmente, de mulheres negras. Imbricadas por posicionamentos políticos, protesto, denúncia, subjetividade, afirmação identitária, suas narrativas, em especial a prosa romanesca, descortinam o protagonismo negro, cujas ações experienciadas repousam na ascensão social de famílias negras, no fio memorialístico, na ancestralidade, no corpo, de maneira que suas protagonistas – Bará e Maréia –, bem como as suas famílias, são deslocadas de espaços que as inferiorizam, de modo que, assim, a construção identitária seja efetivada. No que tange aos novos espaços pelos quais transitam, são nomeados, por nós, de espaço vivencial. Partindo dessa premissa, esta pesquisa tem como fio condutor o seguinte problema: De que modo se dá o processo de construção do espaço vivencial, no qual efetiva-se a construção da identidade da mulher negra, por meio das narrativas enredadas no espaço ficcional dos romances de Miriam Alves? Hipoteticamente, partimos do princípio de que esse espaço, construído de maneira relacional, possibilita o entrecruzamento de vivências e experiências múltiplas das personagens negras no espaço ficcional dos romances de Miriam Alves, pelo entrelaçamento entre corpo, temporalidades distintas e a ancestralidade negra, cujo fio condutor repousa na memória, sem desconsiderar a relação estabelecida com a natureza, que reverbera no processo de construção da identidade da mulher negra. A partir do objetivo geral fixado: investigar os espaços de vivências e a identidade da mulher negra na prosa de Miriam Alves, enredados no espaço ficcional dos romances, através da análise das personagens femininas e de suas ações, tendo como corpus as obras Bará na trilha do Vento (2015) e Maréia (2019), são estabelecidas discussões de cunho teórico e analítico, privilegiando reflexões postuladas por intelectuais negros e negras, dentre os/as quais destacamos: Milton Santos (2020a, 2020b, 2014, 2012), a despeito do espaço; Hall (2003, 2014), Silva (2014) e Woodward (2014), acerca da identidade; Souza (2021), Alves (2010), com reflexões sobre a subjetividade negra; entre outras, a exemplo de Silva (2019), Miranda (2019), Santos (2018), Cuti (2010), Carneiro (2019), hooks (1995), Evaristo (2005), Collins (2019), Oliveira (2021); Martins (2021), tendo em vista que as ações protagonizadas pelas mulheres negras presentes nas obras em tela requerem uma sustentação epistemológica também negra, para que o processo de compreensão interpretativa não fuja à realidade, ainda que ficcionalizada. Ante o exposto, o percurso metodológico empreendido nesta pesquisa foi/é orientado pelo compromisso precípuo de referenciar, teoricamente, as textualidades negras, que dialogam, entre si, nos espaços de circulação e protagonismo do intelecto negro enquanto ato político fundado no enfrentamento das desigualdades naturalizadas como condição da existência do sujeito negro. Considerando as discussões aqui delineadas, compreende-se que, dadas as significações que possuem, os espaços vivenciais nos quais se encontram as personagens, nos romances, medeiam as relações sociais, interferindo e viabilizando construções identitárias da mulher negra.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1637106 - ALCIONE CORREA ALVES
Interno - 1626700 - CARLOS ANDRE PINHEIRO
Interno - 1550705 - LUIZIR DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - CLAUDIA LETÍCIA GONÇALVES MORAES - UFMA