A atualização da literatura centraliza-se no leitor, o que implica uma recepção, capaz de trazer à tona, além da historicidade da obra, sua qualidade estética. Atrelada aos fatos sociais e culturais que, muitas vezes, dialogam com os aspectos históricos e literários.Para a atualização de toda obra deve-se considerar os elementos diacrônicos e/ou sincrônicos, pois esses aspectos são responsáveis pela recepção e pelo efeito estético da obra. Consoante a isto, esta dissertação tem como objetivo geral, analisar a recepção crítica da obra A Costela de Adão, de Berilo Neves, pelo processo diacrônico, a partir dos pressupostos teóricos da Estética da Recepção; e como objetivos específicos: discutir os pressupostos teóricos da Estética da Recepção e da Teoria do conto, que fundamentam a pesquisa proposta; investigar o contexto histórico e literário de atuação do escritor Berilo Neves na literatura brasileira, tendo em vista a repercussão da sua obra; analisar o contexto histórico e literário da produção e recepção da obra A costela de Adão, de Berilo Neves; estudar o cruzamento entre os horizontes de expectativas da obra e os horizontes de expectativas do público leitor, no tocante às normas literárias e as normas sociais. Para tanto, este estudo embasa-se nas pesquisas bibliográfica e hemerográfica, pelo método hipotético-dedutivo, tendo como teóricos basilares Hans Robert Jauss (1994), Wolfgang Iser (1996-1999) teóricos da Teoria da Recepção; e estudiosos desta teoria: Regina Zilberman (1989), e Costa Lima (1979,2002) que apresentam aspectos relacionados à recepção e ao efeito estético da obra no leitor. Prisma também em Cortázar (2006), Gotlib (1999), Poe (2011) e Magalhães Junior (1972) sobre a Teoria do conto. A partir dessas teorias, busca-se compreender a recepção crítica bem como a relação da obra A Costela de Adão com o público leitor. Outrossim, este trabalho explicita a recepção, o efeito e a qualidade estética imbricados na obra A Costela de Adão, de Berilo Neves, que obteve audiência nas primeiras décadas do século XX.