A RESISTÊNCIA AO OLHO DO PODER: INSURGÊNCIA E CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DA MULHER NEGRA NO ROMANCE EU, TITUBA, FEITICEIRA... NEGRA DE SALEM, DE MARYSE CONDÉ
MARYSE CONDÉ, TITUBA, HISTÓRIA, FEMINISMO NEGRO
A presente pesquisa tem como corpus o romance Eu, Tituba, feiticeira... negra de Salem, de Maryse Condé. Mediante exame da protagonista Tituba, objetiva-se compreender as possibilidades de enunciação da mulher negra e escravizada desde um lugar afrofeminino de subalternidade, bem como discutir os processos de insurgências desta a um discurso articulador das formas raciais e sexuais da diferença. Parte-se da hipótese de que se percebe uma carência epistemológica em abordagens às histórias das mulheres negras em virtude das proposições tendenciosas de uma historiografia e feminismo hegemônicos. Como sintoma dessa ausência e configurando uma possibilidade de preencher as lacunas deixadas por tais epistemologias, as escritoras afrodescendentes das Américas buscam evidenciar histórias de insurreições de mulheres negras que foram escravizadas. Nesta primeira instância de pesquisa tem-se como fundamentação teórica estudos de bell hooks (2014), Angela Davis (2004), Yolanda A. Pizarro (2013), Édouard Glissant (2010), Sueli Carneiro (2011), Zilá Berd (2013), Alcione C. Alves (2013), Mary Del Priori (1994), Mercedes Jabardo (2012), Michelle Perrot (2001), Nubia Hanciau (2004), Homi K. Bhabha (2013), Peter Burke (1992), Frantz Fanon (1983), Joan Scott (1992).