Escrita e consciência fonológica na pós-alfabetização.
Consciência fonológica; escrita; fala; pós-alfabetização.
O aprendizado da língua em sua modalidade escrita requer dos aprendizes a consciência de que o código escrito de um sistema alfabético corresponde às unidades fonológicas pautadas na oralidade. Essa premissa norteia o objetivo geral deste estudo que é investigar a correlação entre a escrita e o desenvolvimento das habilidades de consciência fonológica dos alunos em estágio de pós- alfabetização. Os objetivos específicos são: verificar o nível de escrita em que os alunos da turma investigada se encontram e verificar se as habilidades em consciência fonológica são desenvolvidas antes do processo de alfabetização ou são desenvolvidas posteriormente ao aprendizado da escrita. Esta pesquisa se caracteriza como sendo de cunho quantitativo/qualitativo e foi desenvolvida em uma turma de alunos do 4º ano de uma escola pública de Teresina-PI. Para avaliar os níveis de consciência fonológica das crianças, tal como proposto no objetivo geral, foi aplicado um teste composto por 21 questões, um ditado com 15 palavras e foram coletadas produções textuais de 29 crianças do 4º ano. As teorias que embasam esta pesquisa se fundam no aprendizado da escrita, as perspectivas do letramento, os caminhos da alfabetização e os níveis de consciência fonológica, baseados nos fundamentos de estudiosos como: Capovilla e Capovilla (2000), Freitas (2004), Cielo (2002), Adams (2006) e Zorzi (1998). Pela análise do material coletado, verificou-se que 4,0% das crianças estão em nível pré-silábico, 10,0% em nível silábico, 31,0% estão na hipótese silábico-alfabética e 55,0% estão na hipótese alfabética de escrita, o que revela que a turma investigada apresenta níveis heterogêneos de escrita, mesmo sendo composta por crianças em uma série em que já deveriam estar alfabetizadas. Concluiu-se que as habilidades em consciência fonológica são favorecidas pelo domínio do código alfabético, todavia não necessariamente todas as crianças alfabetizadas têm bom desenvolvimento em consciência fonêmica, pois o total de crianças alfabetizadas (55,0%) da turma investigada difere do total de crianças que teve bom desempenho no teste de consciência fonêmica. Desse modo, conclui-se que dentre as habilidades de consciência fonológica, algumas são desenvolvidas anteriormente ao processo de alfabetização, como acontece com as habilidades silábica, de rima e de aliteração que são desenvolvidas espontaneamente e facilitam a apropriação do sistema de escrita, já a consciência fonêmica precisa de um treino mais sistemático para ser desenvolvida e é resultado do aprendizado da escrita.