O desenvolvimento da escrita no ambiente escolar é um pressuposto acadêmico confirmado, com ênfase, no Brasil, em estudos que datam da década de 80, especialmentepor Geraldi (1984) e Almeida (1984) em “O texto na sala de aula”, que trata de uma compilação de pesquisas acerca de aspectos pedagógicos e sociais do ensino de Língua Portuguesa motivadas pela experiência docente no período de publicação da obra. Tendo em vista que o envolvimento entre textualidade e escola se trata de uma pauta íntima de interesses remotos, esta dissertação pretende, a partir de um apanhado histórico de documentos oficiais do Governo Federal, precisamente a cartilha do participante do Exame Nacional do Ensino Médio, rastrear a construção histórico-conceitual da coesão textual, entre os anos de 2011 e 2022, a fim de verificar como os direcionamentos para a realização da prova “Redação” orienta a conduta do participante frente à necessidade de lançar mão de mecanismos de coesão na elaboração do texto. Nesse sentido, esta pesquisase inscreve no cenário de investigação qualitativa sob o viés bibliográfico-documental e tem como aporte autores como Bakhtin (1992), Fávero e Koch (1994), Koch (2008), Marcuschi (1998, 2008), Mussalim e Bentes (2001) e outros, os quais conduzem a abordagem teórica de modo a comprovar que o fenômeno da coesão textual trata de um critério que garante a existência da textualidade, ao tempo que elucidam tal elemento como primordial para a organização do texto antes de sua materialização, sob pressupostos cognitivos e metacognitivos.