Com o passar dos séculos, a imagem que sempre fez parte do cotidiano, como as pinturas rupestres, ganha novo olhar diante de sua importância nas práticas linguageiras e exigências sociais da modernidade. É neste contexto que a produção imagética nipônica, também caracterizada como mangá, se molda e se projeta para a expansão e popularização da cultura japonesa no mundo. Em sua estrutura composicional, destaca-se, em especial, a elaboração das capas, como um elemento que chama a atenção do público e pré-apresenta a obra para o leitor. Nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo analisar como os elementos constituintes das capas de mangás contribuem de modo coerente para a compreensão narrativa da obra como um todo. Assim, apoiamos a pesquisa em estudos teóricos como Sousa (2018), Soares (2009) e Araújo (2020), que destacam a importância da multimodalidade nas produções atuais, Hirata (2012), que traça a história do mangá e como este teve sua expansão global, Kress e Van Leeuwen (2006), com a Gramática do Design Visual, a citar a metafunção composicional, que usamos como base para a análise do corpus. Assim, no que diz respeito a uma leitura, seguindo a metafunção composicional em capas de mangás, elencam-se os seguintes estudos; os estudos de Batistella (2009), que aborda o gênero mangá dentro do contexto nacional brasileiro, a dissertação de Braga Junior (2005), que traz o mangá em uma abordagem para a sala de aula. Dessa forma, a presente pesquisa é caracterizada em uma abordagem qualitativa-interpretativista, com os procedimentos que são descritos de modo bibliográfico. Para exposição da pesquisa, selecionamos 10 capas de mangás referentes ao primeiro volume de cada obra. Ao final da análise, observamos que a organização dos elementos nas capas serve como uma forma de pré-apresentação da obra e por possuírem valor informativo, que os hierarquiza e os enquadram nas imagens, tais elementos funcionam como spoilers da narrativa a ser lida. Nestes termos, percebemos que a sociedade atual se comunica de forma constante por imagens, logo é importante que análises acerca dos elementos multimodais sejam realizadas, de modo que uma leitura crítica aconteça desde a capa ao conteúdo da obra.