A Solidão do Conhecimento: Ciência e Tecnologia em Cem Anos de Solidão
Ciência; Tecnologia; Progresso Científico-Tecnológico; Realismo Mágico; Cem Anos de Solidão.
O presente trabalho tem como objetivo estudar as instâncias em que ciência, tecnologia e o progresso científico-tecnológico são retratados em Cem Anos de Solidão, romance do autor colombiano Gabriel García Márquez. Para tanto principiamos com uma breve definição dos conceitos de ciência, tecnologia e progresso científico, bem como a forma com a qual se relacionam com a literatura universal e latino-americana, para então adentrar no estudo da obra em si. Para analisar a representação da ciência e da tecnologia dentro do romance lançamos mão de From Faust to Strangelove: representations of the scientist in Western Literature, de Roslynn Haynes (1994), de modo a traçar um paralelo entre as representações de cientistas na literatura ocidental e em Cem Anos de Solidão. Posteriormente, realizou-se uma abordagem histórica na qual se procurou estudar o impacto que ciência e tecnologia exercem nos eventos que movimentam a narrativa, usando como base os estudos de Floyd Merrell, Brian Conniff, Gene Bell-Villada e outros. Por fim, a análise do papel que o progresso científico-tecnológico exerce no romance nos levou a um estudo do conceito de tempo dentro do mesmo, para o qual utilizamos a obra de físicos como Stephen Hawking e Paul Davies, bem como Sobre o Tempo, do sociólogo Norbert Elias, de modo a elucidar como o progresso científico-tecnológico é retratado na narrativa. Verificou-se que a influência da ciência, da tecnologia e do conceito de progresso científico-tecnológico está presente em vários níveis no romance, dos perfis de alguns personagens ao tempo dentro da obra, passando pelos eventos que direcionam a narrativa.