A presente pesquisa possui como corpus os contos “Duzu-Querença” e “Ana Davenga”, de Conceição Evaristo. Busca-se, desta forma, examinar por meio de teorias relacionadas a críticas feministas, principalmente ao feminismo negro, diferentes violências e resistências, que estão presentes no cotidiano de personagens femininas das narrativas “Duzu-Querença” e “Ana Davenga”. Para alcançar o objetivo citado, foram construídos três objetivos específicos: a) Discutir sobre teorias feministas e suas contribuições na luta e na resistência das mulheres negras, sua (in) visibilidade como sujeitas, além da importância desses movimentos para que elas reivindiquem seus direitos, principalmente, por meio do texto literário; b) Verificar a problematização do corpo feminino negro diante de violências adversas, tais como o estupro, a exploração sexual e o genocídio em “Duzu-Querença” e “Ana Davenga”, de Conceição Evaristo; c) Observar atos de resistência do homem negro e da mulher negra por meio da busca pela fantasia e pelo conhecimento, além de sua afirmação como sujeito/a negro/a através do amor em “Duzu-Querença” e “Ana Davenga”, de Conceição Evaristo. A violência e a resistência dos/as sujeitos/as negros/as podem ser observadas como concepções basilares em suas próprias historicidades, pois muitos/as desses/as vivenciaram o período escravista. Pela persistência dessas práticas, há uma necessidade de lutarem em busca de visibilidade e contra as opressões interseccionais, que os/as colocam, muita das vezes, em condições de subalternidade. Duzu e Ana são mulheres negras que habitam as margens da sociedade, não são assistidas de saúde, de educação e de segurança. São personagens que representam parte da população brasileira, aquela que é vítima de violência em suas casas, no trabalho, nas ruas e pelas instituições, que deveriam protegê-las. Mulheres que resistem ao desconstruir estereótipos, romper com o silêncio e reivindicar os seus direitos. Esta pesquisa é de caráter bibliográfico, pois para a análise do corpus foram utilizadas teóricas como: Carneiro (2001; 2003); Nascimento (2006); Bairros (2008); Chauí (2017; 1985; 1999), Lugones (2014; 2008; 2005), dentre outros/as. No entanto, violência-resistência faz parte da dinâmica social de uma população que ao questionar e lutar por melhores condições está rompendo com os paradigmas da subalternização.