É notável a importância do ato de ler na vida de qualquer cidadão que habite uma sociedade letrada, bem como a compreensão crítica do que se lê traz consequências nos diversos âmbitos das sociedades contemporâneas. A respeito desta importância, a maioria tanto de professores quanto de alunos já deve ter encontrado algum texto que seja de alguma forma essencial ou basilar para entendimento de teorias (principalmente no ensino superior), ou a título de conhecimento geral ou mesmo para fins de pesquisa, que seja escrito em língua estrangeira. É comum também, que não existam traduções disponíveis, ou até mesmo traduções que não contemplem uma adequação teórica pertinente. Tal fato, dentre tantos outros, tem feito imperativa a leitura em língua estrangeira para muitos, principalmente, em língua inglesa. Percebendo então a leitura em língua estrangeira como uma entidade, ao mesmo tempo, linguística, psicológica, fenomenológica, processual e social e abordando conceitos basilares dos processos relativos a leitura, a luz de teóricos como Bartlett (1932), Goodman (1976), Scaramucci (1995), Leffa (1996), Carrell (1998), Eskey (1998), Grabe (1998), Konstant (2003), Kleiman (2013), Koch e Elias (2014), que destacam os modelos ascendente, descendente e interativo de leitura; e, ao destacar também o uso de estratégias de leitura revelando que estas não são usadas descontinuamente ou desordenadamente, muito menos são finitas dentro da classificação proposta por Solé (1998), que observa os processos anteriores e posteriores, bem como aqueles durante a leitura, pois ela é feita apenas para demonstrar que o leitor processa a leitura em diversos momentos e utiliza predominantemente – porém não unicamente – algumas estratégias em detrimento de outras de acordo com o propósito da leitura. Como metodologia proposta para este estudo, adota-se a pesquisa-ação desenvolvida no ambiente de educação formal público superior da Universidade Federal do Piauí, que tem como base uma abordagem qualitativa e interpretativista que contemplou o estágio de docência do mestrado na disciplina de Leitura Intensiva com os alunos do curso de Letras–Inglês. Foram utilizados cinco instrumentos de pesquisa: inicialmente uma avaliação diagnóstica, depois um questionário de relato de experiências, em seguida a segunda avaliação, e a terceira avaliação e, por fim, um último questionário de reflexão sobre a ação, além da utilização frequente dos diários de campo do pesquisador. A pesquisa revelou numerosas contribuições no tocante a estratégias de leitura por alunos graduandos em Letras–Inglês, apontando as diferenças entre o estágio inicial dos alunos quanto ao uso de estratégias de leitura e o efeito que as aulas tiveram sobre eles, trazendo mudanças expressas por estes tanto nas suas práticas cotidianas de leitura quanto em suas futuras atitudes em sala de aula quando abordarem estratégias de leitura em língua estrangeira.