EScrita e consciência fonológica na pós- alfabetização.
Escrita; consciência fonológica; fala; pós-alfabetização.
Aprender a linguagem escrita requer a consciência dos leitores de que o código escrito de um sistema alfabético corresponde a unidades fonológicas pautadas no uso oral, isso significa que é a fala o princípio que rege a compreensão escrita, sobretudo nas séries iniciais em que as criançasestão ainda conhecendo as estruturas da língua. Essa premissa de que é a fala que dá suporte ao processo de escrita norteia o principal objetivo desta pesquisa que se concentra em compreender como se relacionam a escrita dos alunos de pós-alfabetização e o desenvolvimento das habilidades de reflexão fonológica. Partindo desse objetivo, buscamos verificar em que medida a habilidade de consciência fonológica se relaciona à aquisição e ao domínio do sistema de escrita. Considerando que esta pesquisa procura investigar a correlação entre as habilidades de escrita e o desenvolvimento das habilidades fonológicas, o primeiro capítulo apresenta o aporte teórico que investiga o aprendizado da escrita (FERREIRO, 1985; FERREIRO, 1989; KATO, 1986); as perspectivas do letramento ( ROJO, 2009; Soares, Kleiman, 1995) os caminhos da alfabetização ( CAGLIARI 1989, BORTONI-RICARDO, 2006; ROJO, 2003) e a relação entre oralidade e escrita (CAGLIARI, 1999; FARACO, 2012) por fim adentramos no conceito e nos níveis de consciência fonológica no período da pós-alfabetização (CAPOVILLA e CAPOVILLA, 2000). Estudos revelam que um dos fatores que podem ser preponderantes para auxiliar alunos no período de pós-alfabetização é o conhecimento por parte da criança da estrutura sonora de sua língua, que acontece pelo contato com a linguagem oral da comunidade na qual vive, por sua imersão no universo linguístico e por sua exposição à cultura, esses fatores constituem a consciência fonológica, dentre as atividades que promovem essa reflexão, destacam-se as cantigas de roda, músicas, a fala, as poesias, histórias rimadas, jogos orais.A escola tem desafios variados, mas um que se sobressai é o de tornar a criança uma leitora e escritora, pois a aquisição do código é fundamental para agir com autonomia na sociedade letrada. Ao pensar na meta de ensinar o aluno a ler e escrever, a escola preocupa-se em qual caminho deverá seguir para proporcionar essa conquista aos seus alunos, esquecendo-se muitas vezes que o embate acerca dos métodos pode ser um problema em vez de solução, uma vez que transfere-se a preocupação da construção do leitor, para o método de leitura. É então, quando vemos acontecer o que diz Solé (1998), que o problema pode estar na conceitualização do que é leitura, do que éproposto no Projeto Curricular da Escola e das propostas metodológicas adotadas para favorecê-las.