Os estudos sociolinguísticos têm demonstrado que uma das características fundamentais das línguas naturais é a possibilidade delas variarem, assim, fenômenos de variação linguística merecem ser estudados e explicitados. O presente trabalho se situa na área da sociolinguística e se trata do texto parcial da elaboração da nossa dissertação de mestrado. Temos como tema a abordagem de um aspecto marcante da fala de uma comunidade do interior do Piauí, Baixio, em São José do Piauí, que se trata da substituição do pronome possessivo nosso pela expressão de nós. Objetivamos identificar e analisar os fatores que condicionam essa variação na variedade linguística utilizada pela comunidade em questão, levando-se em consideração variáveis linguísticas e sociais. Com base em nossa investigação, pudemos constatar que as análises que abordam a variação de pronomes centram-se em variações entre tu e você, entre teu e seu e entre nós e a gente, desse modo, a realização dessa pesquisa justifica-se, principalmente, por essa lacuna sobre a variação entre de nós e nosso, além disso, ela poderá contribuir para amenizar o preconceito linguístico, pois mostra que a variação linguística é algo inerente as línguas naturais. Como metodologia adotamos dois tipos de pesquisa, a pesquisa bibliográfica, direcionada para a parte teórica do trabalho, e uma pesquisa de campo para obtenção de dados junto à comunidade. Para a coleta de dados foram feitas gravações com 40 informantes, agrupados em 5 células diferentes, levandose em consideração a faixa etária, a escolaridade e o sexo. Essas gravações foram realizadas em duas etapas, inicialmente gravamos situações naturais de comunicação, depois, fizemos gravações de falas obtidas por meio de entrevistas. Na teoria fazemos a contextualização histórica da Língua portuguesa, tratamos sobre a Sociolinguística, e da variação linguística, seus diferentes tipos e aspectos nela envolvidos. Posteriormente, pretendemos ainda tratar sobre o sistema pronominal português. Para a realização do trabalho, nos baseamos em autores como, Monteiro (2000), Calvet (2002), Marconi e Lakatos (2003), Tarallo (2003), Mollica (2004), Naro (2004), Bortoni-Ricardo (2005, 2011), Faraco (2005), Gil (2008), Alkmim (2012), Camacho (2012, 2013), Labov (2008), e outros.