Este trabalho tem como corpus o romance Demian, escrito em 1919 por Hermann Hesse. O objetivo dessa pesquisa e demonstrar que há uma crítica aos preceitos da modernidade que pode ser observada a partir das formulações acerca da cultura e do sujeito nela inserido que são propostos no romance, e que essa crítica é impulsionada por um possível alinhamento com a perspectiva Nietzschiana acerca dos mesmos aspectos. O método utilizado para a análise da obra em questão foi o estudo qualitativo das personagens principais do romance e análise da conjuntura cultural da qual a obra emergiu. Para isto, alguns excertos da obra foram apreciados, incluindo diálogos e trechos em que predominam a voz do narrador. O aporte teórico foi composto pelas reflexões de Gumbrecht (2008), Habermas (2000), Berlin (2015), Safranski (2010), Blanchot (2016), Enne (2005), Swales (1978), Moretti (2000) dentre outros. O estudo do romance Demian, a partir da análise das personagens e dos temas evocados é possível identificar uma construção narrativa que denuncia a falência de um modelo de sujeito moderno herdeiro dos preceitos racionalistas do iluminismo.