AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSAS PORTADORAS DE CÂNCER DE MAMA
Enfermagem. Qualidade de vida. Neoplasias da mama. Idoso
Introdução: O câncer de mama é o que mais acomete a população feminina em todo o mundo. Representa 14% de todos os casos de câncer nos Estados Unidos da América e apresentou proporção no ano de 2014 no Brasil de 56 casos para cada 100 mil mulheres. A idade avançada é o principal fator de risco e 35-50% dos casos ocorrem em mulheres com mais de 65 anos, fator preocupante diante das mudanças no perfil sociodemográfico relacionadas ao crescimento acelerado da população idosa. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) de idosas portadoras de câncer de mama. Metodologia: Estudo descritivo com abordagem quantitativa e delineamento transversal, realizado em Teresina-PI, no qual os instrumentos de coleta dos dados foram aplicados nos domicílios de idosas com câncer de mama, cadastradas em 2013 em um hospital de referência em oncologia, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob protocolo nº 649.342. A amostra do estudo foi constituída por 52 idosas com câncer de mama. Para a coleta de dados foram utilizados quatro instrumentos: Mini-Exame do Estado Mental, um formulário estruturado com informações sociodemográficas e de apoio familiar, a Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15) e o questionário World Health Organization Quality of Life - bref, elaborado pela Organização Mundial de Saúde em 1994. Os dados foram processados no programa Statistical Package for the Social Science, versão 18.0. Foram realizadas análises descritivas, univariadas e bivariadas. Resultados: A média de pontos encontrado no MEEM foi de 21,5; a idade média foi de 67,9 anos (±5,9), com predomínio das solteiras, separadas e viúvas (73,1%), com baixa escolaridade (51,9%), renda mensal familiar de um salário mínimo (40,4%), com presença de um cuidador (57,7%), na maioria os filhos (38,5%), e que não apresentaram sinais e sintomas depressivos (69,2%). Boa qualidade de vida geral (média de 63,6); os domínios meio ambiente e físico foram os mais comprometidos e o psicológico o mais preservado; houve forte grau de correlação entre a qualidade de vida geral e os domínios físicos, psicológicos e meio ambiente e correlação fraca e negativa entre a esta e os escores da escala de depressão geriátrica. As entrevistadas referiram boa qualidade de vida (50%) e satisfação com sua saúde (53,8%). No domínio físico a faceta com forte correlação foi dependência de medicamentos; no psicológico foi pensar, aprender, memória e concentração; no domínio social foi a de relações pessoais e no meio ambiente foi o aspecto ambiente físico. Conclusão: Ainda que a maioria das participantes do estudo tenha se considerado satisfeita com sua saúde e com boa qualidade de vida, foram identificadas demandas de cuidado quanto ao regime terapêutico e seus efeitos colaterais, bem como déficits psicológicos relacionados ao pensar e aprender, memorização e concentração. Aponta-se a necessidade da atenção holística e multidisciplinar, com destaque para os cuidados de enfermagem, às mulheres idosas com câncer de mama, por meio de ações multidimensionais capazes de atendê-las, minimizando as repercussões e os impactos dos tratamentos oncológicos.