Análise das escalas de Cubbbin & Jackson e Waterlow em pacientes de unidades de terapia intensiva
Úlcera por Pressão. Escalas. Medição de Risco. Enfermagem
As escalas de avaliação de risco têm sido utilizadas como instrumentos efetivos para prever o risco de úlcera por pressão. Porém, estudos não indicam consenso sobre qual escala é mais eficaz para predizer esse risco em unidade de terapia intensiva. Frente ao exposto, o presente estudo teve por objetivo analisar as escalas de Cubbin & Jackson e Waterlow quanto ao melhor indicador de risco para úlcera por pressão em pacientes de unidades de terapia intensiva. Pesquisa quantitativa, exploratória, longitudinal prospectiva, realizada em dois hospitais públicos de grande porte do estado do Piauí, no período de fevereiro a abril de 2014. A amostra foi composta por 108 participantes, os quais foram divididos em dois grupos de sem úlcera (n=80) e com úlcera (n=28). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Para coleta de dados, utilizou-se um instrumento sobre características sociodemográficas e clínicas e as escalas. Estatísticas descritivas foram utilizadas para análise das variáveis sociodemográficas e clínicas, e o teste t na análise das variáveis das escalas para análise paramétrica de comparação entre as variáveis independentes. Para os escores das escalas, foi realizada uma transformação dos dados a partir do escore Z. O poder preditivo e os pontos de corte das escalas foram determinados por meio das curvas Receiver Operating Characteristic e teste de Qui-quadrado para verificar a correlação entre as variáveis categóricas. Dos 108 participantes, 28 tiveram úlcera por pressão, 16 já foram admitidos com úlcera e 12 adquiriram na unidade de terapia intensiva, 60,7% são do sexo masculino, com média de idade de 53 anos, 60,7% com cor parda, 89,3% com Índice de Massa Corpórea considerado eutrófico, 21,4% provenientes de Teresina, 11% tiveram associados hipertensão e/ou diabetes mellitus com tempo médio de internação de 30,4 dias e tempo de surgimento de úlcera por pressão de 17,1 dias, com maior prevalência na região sacral, 54,2%, e única úlcera em 82,14%. Quanto às medicações utilizadas, 60,7% faziam uso de antitrombóticos e 59,6% de antibióticos. Como motivo de internação, 67,9% foram por causas cardiovasculares e respiratórias. A escala de Waterlow apresentou 100% de sensibilidade, 18,9% de especificidade, 14,1% de valor preditivo positivo e 100% de valor preditivo negativo com ponto de corte >14, escore Z=1,06. A escala de Cubbin & Jackson, 83,3% de sensibilidade, 39,5% de especificidade, 30,3% de valor preditivo positivo e 88,2% de valor preditivo negativo, com ponto de corte ≤ 24 e no escore Z ≤0,41. A escala de Waterlow teve como maior preditor de risco o apetite p(0.00) e o tipo de pele p(0.02) e a de Cubbin & Jackson a condição da pele p(0.00) e a mobilidade p (0.01). Ambas as escalas são efetivas para predizer o risco de úlcera por pressão, no entanto, a escala de Cubbin & Jackson mostra-se mais eficaz para pacientes críticos. A utilização de estratégias eficazes para prevenção devem ser amplamente divulgadas para a melhoria na qualidade da assistência.