AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DO PROGRAMA NACIONAL DE TRIAGEM NEONATAL NO PIAUÍ
triagem neonatal; indicadores de qualidade em assistência à saúde; avaliação de processos e resultados (cuidados de saúde).
O presente estudo objetivou avaliar os resultados do Programa Nacional de Triagem Neonatal no Piauí em 2013. Trata-se de um estudo documental, avaliativo, desenvolvido a partir de registros em envelopes de amostra sanguínea e no software NetLab-Triagem Neonatal no Laboratório Central de Saúde Pública em Teresina-PI. A amostra foi constituída de 327 envelopes de amostras sanguíneas adequadamente coletadas e negativas à triagem (p=94,6%), 184 envelopes de amostras sanguíneas inadequadamente coletadas (p=95,0%) e 34 envelopes de amostras sanguíneas adequadamente coletadas e suspeitas à triagem. Foram utilizados três formulários para a coleta de dados, a qual ocorreu após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (CAAE 17907213.2.0000.5214). Os principais achados foram: cobertura de coleta igual a 68,12%; cobertura geográfica de 97,33%; das 184 amostras inadequadas analisadas, 46,56% por quantidade insuficiente de sangue, 17,46% por resultados inconclusos, 13,76% por gota sobreposta, 7,94% por estarem diluídas, 4,76% por terem sido contaminadas, 2,12% por problemas operacionais; das 34 amostras suspeitas, 13 casos confirmados de Hipotireoidismo congênito, com incidência equivalente à 1:3.880. Em relação às amostras adequadas negativas, foi verificado que 17,18% foram realizadas entre o 3º e o 5º dia de vida; 53,1% levaram menos de 5 dias da coleta à chegada ao Laboratório; 18,3% levaram até 7 dias da chegada à liberação do resultado da triagem; 12,6% obtiveram processo de triagem concluído dentro dos primeiros 30 dias de vida do recém-nascido. Quanto às amostras inadequadas, foram verificadas medianas de tempos decorridos entre a recepção da amostra inadequada e a solicitação de nova amostra e dessa solicitação à chegada no laboratório da nova amostra iguais a 12 e 16 dias, nesta ordem; em 57%, o laboratório recebeu e liberou o resultado no mesmo dia; 92 dias correspondeu a mediana de idade da criança ao final do processo de triagem. Em relação as amostras suspeitas, o intervalo entre a liberação do resultado suspeito à triagem e a referência do caso ao hospital infantil obteve medianas de 0 dia para Hipotireoidismo congênito e de 1 dia para Fenilcetonúria; foi verificada mediana de 42,50 dias de idade da criança no momento da referência; da referência a coleta de amostra para repetição do teste, mediana de 13 dias; em 87,5%, coleta e recepção foram efetivadas no mesmo dia; em 65,4%, recepção e liberação do resultado para Hipotireoidismo congênito ocorreram no mesmo dia e, para Fenilcetonúria, a mediana desse intervalo correspondeu a 1 dia; da liberação à consulta, foi verificada mediana de 1 dia para Hipotireoidismo congênito e, para Fenilcetonúria, em 85,7% dos casos, esse intervalo foi igual a 0 dia; a mediana de idade no momento da cconsulta correspondeu a 63 dias. Foram verificados longos tempos decorridos entre as etapas-chave do processo de Triagem Neonatal Sanguínea no Piauí em 2013, os quais sinalizam articulações falhas que sugerem ajustes para melhoria de desempenho, sobretudo para detecção precoce das doenças rastreadas.