Introdução: A fadiga e o absenteísmo são resultados de vários fatores, como sobrecarga de trabalho, pressão psicológica e políticas organizacionais deficientes. Isso afeta os processos de trabalho, prejudicando a assistência e causando danos à saúde física e psicossocial do trabalhador. Objetivo: Analisar a relação entre fadiga e o absenteísmo no trabalho de profissionais de enfermagem de um hospital especializado em queimaduras no Paraguai. Método: Estudo transversal, analítico e censitário, realizada em hospital de queimaduras no Paraguai. Dos 148 profissionais de enfermagem do hospital, seis foram excluídos pelos critérios de elegibilidade, totalizando 142 participantes. Os dados foram coletados por meio de um questionário dividido nas dimensões sociodemográficas, acadêmicas, familiares e laborais incluindo dados sobre fadiga e absenteísmo. Utilizou-se também o Check List Individual Strength (CIS), validade e adaptado para o espanhol paraguaio. Os dados foram processados e analisados no software SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences) - versão 23.0 para Windows. Os dados foram analisados com estatística descritiva e inferencial. Na estatística inferencial, foi realizado o teste exato de Fisher. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Laboratório Central de Saúde Pública, sob o código CEI-LCSP No 265/201222. Resultados: Predominaram mulheres (74,6%) e graduados em enfermagem (71,1%). A maioria (66,9%) tinha emprego permanente, com 28,8% com 7 e 10 anos de experiência. Um total de (22,5%), registrou duas faltas nos últimos 6 meses, 55,6 % justificadas por problemas de saúde pessoal. Quanto ao período de sono 50,7% dos participantes relataram dormir menos de 5 horas por dia. Um total de 47,9% dos participantes estavam moderadamente fatigados. Houve associação significativa entre a percepção sobre fadiga e absenteísmo (p=0,003). Participantes com absenteísmo apresentaram maior percepção de fadiga: 93,1% "fadigado" e 86,8% "moderadamente fadigado". Houve associação significativa entre fadiga e nível acadêmico (p=0,026), com maior fadiga entre graduados (71,3%). Também houve associação entre absenteísmo e causas de afastamento (p<0,001), sendo 66,9% devido a problemas de saúde pessoal. Conclusão: Os profissionais de enfermagem vivenciaram elevados níveis de fadiga e tempo de sono reduzido. Ainda, o absenteísmo foi associado a problemas de saúde. Observou-se associação estatística entre trabalhadores com maiores níveis de absenteísmo e a percepção de fadiga. Destaca-se a necessidade de intervenções sobre os fatores envolvidos na fadiga e no absenteísmo do pessoal de enfermagem, com ênfase nas condições trabalhistas como multiempregos e sobrecarga de trabalho. Há necessidade de estudos com distintas abordagens metodológicas sobre fatores organizacionais e individuais e que podem influenciar na presença da fadiga e do absenteísmo.