O recém-nascido prematuro apresenta maiores taxas de morbimortalidade e consequente demanda uma assistência com maior nível de complexidade. Visando a diminuição dos altos índices de mortalidade neonatal nas maternidades do Brasil, o Ministério da Saúde criou a “Estratégia Qualineo”. O atual estudo objetivou-se analisar o perfil do recém-nascido prematuro internado nas Unidades Neonatais a partir da implantação da Estratégia QualiNeo em uma maternidade de referência. Trata-se de um estudo observacional, transversal e retrospectivo. Foi realizada no Núcleo de Vigilância de Óbito Materno e Neonatal de uma maternidade pública referência em alta complexidade de Teresina. A população é composta pelos recém-nascidos internados em unidades neonatais, os dados foram coletados a partir de todas as fichas de monitoramento do cuidado neonatal no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. A análise dos dados foi realizada no software Stata®️, versão 14. Sendo utilizado o teste do qui-quadrado de Pearson e calculado a razão de prevalência, estimado pela regressão de Poisson. O nível de significância adotado para os testes foi de p<0,05. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o Parecer n° 5.705.974. Os dados analisados mostram que idade da mãe teve associação significativa com o aleitamento materno exclusivo (p = 0,027). 81,5% se auto declaravam pardas, 88,6% tinham escolaridade igual ou superior a 8 anos, 34,5% tiveram hipertensão arterial, 16,1% tiveram gestação múltipla, 72,9% não eram bolsa rota e 49,8% usaram esteroide antenatal (<0,001), os quais 57,4% dos recém-nascidos tiveram alta em aleitamento materno exclusivo. 52,3% dos recém-nascidos são do sexo masculino, 51,3% com peso igual ou acima de 2500g, 42,2% nasceram com idade gestacional de 34 a 36 semanas. Essas variáveis apresentaram significância com o aleitamento materno exclusivo na alta (p<0,05). O cálculo da razão de prevalência identificou como fatores que aumentam a probabilidade do recém-nascido ter alta em aleitamento materno exclusivo: a mãe ter usado esteroide neonatal, recém-nascido ser do sexo feminino, idade gestacional a cima de 31 semanas, não ter precisado de reanimação neonatal, não ter feito uso de ventilação com máscara, balão ou cânula, ter tido um Apgar no 1° e 5° minuto igual ou maior que 7, clampeamento do cordão umbilical a partir de 1 minuto, internação na UCINCa e o contato pele a pele ser no primeiro dia de vida. Conclui-se que fatores maternos e neonatais estão relacionados com a taxa de aleitamento do recém-nascido no momento da alta. Evidenciando a importância de uma assistência integrada e de qualidade durante o pré-natal, parto e a continuidade do cuidado no ambiente hospitalar. Portanto, é preciso a realização de novos estudos com o intuito de aprimorar intervenções eficazes e apoio ao aleitamento materno exclusivo.