Introdução: o workaholism faz referência a um padrão crônico de alto investimento no trabalho, sendo atribuído às jornadas de longas horas e como uma obsessão incontrolável. Enfermeiros estão expostos a situações que podem levar a esses comportamentos disfuncionais no trabalho, ampliando os riscos ao bem-estar físico e mental, bem como quedas representativas na satisfação com a Qualidade de Vida. Objetivo: analisar a correlação entre workaholism, sintomas ansiosos, depressivos, estresse e Qualidade de Vida em enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. Método: estudo transversal com 142 enfermeiros da Estratégia Saúde da Família de Teresina, entre novembro de 2022 e abril de 2023, por meio de instrumento autoaplicável composto por questões relacionadas ao perfil sociodemográfico, ocupacional e clínico, a Dutch Work Addiction Scale, a Depression, Anxiety and Stress Scale - Short Form e a versão abreviada do Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde. Os dados coletados foram analisados no Statistical Package for Social Science versão 26. Foi aplicada estatística descritiva exploratória, medida de posição média, intervalo de confiança, medida de dispersão, frequência absoluta e relativa. Para análise inferencial foi aplicado o teste X² (qui-quadrado) com correção de Yates, teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov e Teste U de Mann-Whitney. O teste de correlação de Sperman foi utilizado para analisar a relação entre os escores. Para as variáveis que apresentaram significância, aplicou-se o modelo de regressão logística para calcular a razão de chance. O nível de significância adotado foi de 5%, com intervalos de confiança de 95%. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí sob parecer de número 5.637.815. Resultados: o aumento do escore de Trabalho Excessivo aumentou em 25,2% sintomas de depressão, 27,7% sintomas de ansiedade e 42,5% sintomas de estresse; o aumento do escore de Trabalho Compulsivo aumentou em 33% sintomas de depressão, 32,2% sintomas de ansiedade e 42,9% sintomas de estresse; o aumento do escore de Vício em Trabalho aumentou em 31% sintomas de depressão, 32,1% sintomas de ansiedade e 45,7% sintomas de estresse. O aumento do escore de Trabalho Excessivo diminuiu em 27,5% os escores do domínio físico, em 37% os escores do domínio psicológico, em 34,5% os escores do domínio relações sociais, em 26,7% os escores do domínio meio ambiente e em 35,8% o escore global; o Trabalho Compulsivo diminuiu em 16,5% os escores do domínio físico, em 36,7% os escores do domínio psicológico, em 42,7% os escores do domínio relações sociais, em 24,8% os escores do domínio meio ambiente e em 34,6% o escore global; o Vício em Trabalho diminuiu em 24,6% os escores do domínio físico, em 39,3% os escores do domínio psicológico, em 40,5% os escores do domínio relações sociais, em 27,7% os escores do domínio meio ambiente e em 37,7% o escore global. Conclusão: foi evidenciado que o aumento dos escores de Trabalho Excessivo, Trabalho Compulsivo e Vício em Trabalho aumentou os escores dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse e diminuiu os escores dos domínios da Qualidade de Vida.