Introdução: As Redes de Atenção à Saúde das pessoas com Doenças Crônicas, como na Hipertensão Arterial Sistêmica, são arranjos organizativos que buscam garantir a integralidade do cuidado por meio da assistência integral, promoção de saúde e prevenção de complicações. Essa pesquisa surge pela necessidade de avaliação do contexto das redes de atenção à saúde das pessoas com HAS no Piauí, estruturada por linhas de cuidados prioritárias que possibilitam a disposição dos serviços direcionados à integralidade do cuidado. Objetivo: Analisar os componentes da RAS para pessoas com hipertensão no Piauí, Brasil, e sua associação com o atributo de integralidade da Atenção Primária a Saúde por meio da Pesquisa Nacional de Saúde. Método: Trata-se de estudo transversal descritivo realizado a partir de dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde em 2019, na unidade federativa do Piauí, com amostra de 147 pessoas que autorrelataram diagnóstico de HAS. Realizou-se análise estatística descritiva e exploratória dos dados, bivariada com aplicação de testes de associação e multivariada com a aplicação de uma regressão logística. A pesquisa utilizou dados secundários públicos da PNS 2019, realizada pelo IBGE, não exigindo, portanto, a submissão específica ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Resultados: Não houve associação entre as variáveis sociodemográficas e a integralidade dos serviços disponíveis e prestados. Para integralidade dos serviços disponíveis, destacaram-se como fatores de proteção o local de atendimento, atendimento pelo mesmo médico, realização de exame de sangue e encaminhamentos para especialistas; práticas integrativas e internar por hipertensão; e a obtenção do medicamento no "aqui tem farmácia popular". Como fator de risco, o atendimento no SUS; o uso de medicamento para hipertensão e pagar pelo medicamento. Na integralidade dos serviços prestados, os fatores de proteção foram o encaminhamento para especialistas; prática integrativa e internar por hipertensão; o uso do medicamento para hipertensão e o medicamento obtido no “aqui tem farmácia popular”. Os fatores de risco foram o local de atendimento, atendimento no SUS, atendimento pelo mesmo médico e exame de sangue; e o pagamento pelo medicamento da hipertensão. Para integralidade dos serviços disponíveis, destacaram-se como fatores de risco para usuários hipertensos que pagam pelos medicamentos, e aumentaram as chances de se ter integralidade entre aqueles que obtiverem entre os serviços prestados da APS seu medicamento pelo programa “aqui tem farmácia popular” e a prática integrativa e complementar do cuidado. Conclusão: Os resultados encontrados ressaltam a importância de levar em consideração os aspectos relacionados à estrutura operacional da rede de atenção à saúde, abrangendo seus diversos componentes, no planejamento e na organização dos serviços destinados às pessoas com hipertensão arterial. Destacando a importância da realização de novos estudos que realizem novas análises da rede em suas diversas possibilidades, visando aprimorar o cuidado oferecido às pessoas hipertensas.