Introdução: A COVID-19, como um grave problema de saúde pública para o idoso, à luz da Psicologia Social, incorporada à Teoria das Representações Sociais (TRS), ressalta que as questões sociais mudam em um determinado contexto, como os processos sociais são preservados ou inovados a partir de fatos novos e como esses processos se inserem no cotidiano social. Objetivos: Analisar a produção científica internacional sobre a COVID-19 em idosos; Apreender as Representações Sociais (RS) da COVID-19 elaboradas por idosos; Descrever o conhecimento cotidiano de idosos e a utilização destes para a prevenção da COVID-19; Analisar como as RS de idosos influenciam na vulnerabilidade e adoecimento pelo coronavírus. Método: Estudo realizado em duas etapas: 1. Estudo bibliométrico; 2. Estudo exploratório, qualitativo, fundamentado na TRS de Serge Moscovici, realizado na Estratégia Saúde da Família de Teresina-PI, com 30 idosos, de ambos os sexos, por meio de um roteiro de entrevista semiestruturado, no período de novembro de 2021 a maio de 2022. Os dados foram processados no software IRaMuTeQ e analisados pela Classificação Hierárquica Descendente. A comunicação dos resultados do estudo obedeceu às diretrizes para relatórios de pesquisa de natureza qualitativa disponível no Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de acordo n° parecer: 4.718.165. Resultados: Foram identificados 218 registros de publicações, em periódicos distintos da Web of Science, escritos por autores que possuem vínculos com 722 instituições, localizadas em 48 países. Os resultados do estudo exploratório foram apresentados em seis classes semânticas, a saber: Classe 5 – Implicações psicossociais provocadas pela COVID-19; Classe 1. Conhecimento dos idosos relacionado a gravidade da COVID-19; Classe 4. Formas de representar a COVID-19; Classe 3. O combate ao coronavírus por meio da vacina; Classe 6. Mudanças de atitudes e comportamentos para combater a COVID-19; Classe 2. Estratégias de enfrentamento a COVID-19. Essas classes revelaram que os idosos se ancoram nas implicações psicossociais, centradas na representação que eles mantêm sobre a doença, em torno da tristeza e do medo, da relação da doença aos aspectos de perigo e gravidade e que mesmo em meio ao medo da morte, as novas atitudes devem permanecer para a prevenção, com os cuidados de higiene e isolamento. As RS dos idosos mostraram que a vacina é a medida preconizada que viabiliza a proteção contra o coronavírus somado a lavagem das mãos e uso contínuo da máscara e álcool em gel. Considerações finais: A análise bibliométrica dos estudos, mostra indicadores positivos sobre a dinâmica e a evolução da informação científica e tecnológica sobre o tema. As RS dos idosos sobre a COVID-19 são ancoradas nos sentimentos de tristeza e medo, considerando-a como uma doença perigosa e grave. O conhecimento cotidiano dos idosos sobre a COVID-19 tem relação com os cuidados de higiene com destaque para a lavagem das mãos, uso do álcool gel e máscaras, isolamento social, associado a vacina contra o coronavírus como um meio importante de combater a doença. Assim, os idosos objetivaram a COVID-19 com mudanças de atitudes e comportamentos para atender ao distanciamento social, o isolamento compulsório e a adoção de medidas preventivas vistas como estratégias positivas utilizadas no enfrentamento da vulnerabilidade e adoecimento pela doença.