Introdução: O envelhecimento populacional é um dos fenômenos mais notáveis da contemporaneidade e aponta repercussões e consequências relevantes para a sociedade e para os sistemas de saúde. No âmbito da saúde, o desenvolvimento de vulnerabilidade de natureza física tem seu risco aumentado com o envelhecimento, em decorrência do desgaste biológico característico da senescência. Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados à vulnerabilidade física em idosos hipertensos de um Centro de Convivência. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo analítico, de delineamento transversal, que utilizou os dados do projeto intitulado “Risco para Síndrome Locomotora em Idosos e fatores associados”. A coleta foi realizada em um Centro de Convivência de idosos no período de abril a agosto de 2018, por meio do Mini-Exame do Estado Mental, Formulário de caracterização sociodemográfica e clínica e o Protocolo de Identificação do Idoso Vulnerável- VES13. A amostra final totalizou em 142 idosos. Foram realizadas estatísticas descritivas e para verificar associação entre as variáveis qualitativas foi utilizado o teste qui-quadrado (²). Para as quantitativas, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí, com parecer nº 2.654.133. Resultados: A prevalência de vulnerabilidade física em idosos hipertensos desse estudo foi de 30,3%. A maioria por idosos eram do sexo feminino (86,6%), de cor parda (60,6%), casados (44,4%), que moram com até 2 pessoas (42,9%), escolaridade ensino fundamental incompleto(38,0%), 93,0% possuem renda e a aposentadoria é a principal fonte para 70,4%. Quanto às condições clínicas, 9,9% relataram etilismo, 0,7% tabagismo, 85,9% a presença de outras patologias, 99,3% a prática de atividade física, sendo a mais comum ginástica (62,0%) 38% informaram episódio de queda no último ano e 12,7% hospitalização. Quanto à vulnerabilidade física, observou-se uma maior proporção em idosos do sexo masculino, de cor amarela, divorciados, que moram com até 2 pessoas, que não sabem ler/escrever, com escolaridade fundamental incompleta. Observou-se ainda maior proporção de vulneráveis entre os que não referiram etilismo, entre os que possuem hábito tabágico, outras patologias, que praticam atividade física ate 3 vezes na semana, episodio de queda no último ano, hospitalização e nos que utilizam recurso de apoio para andar e enxergar. Quanto a distribuição da vulnerabilidade física de idosos hipertensos segundo a idade, autopercepção da saúde, limitação física e incapacidades, 65,1% a consideram regular ou ruim e todos os itens relacionados às limitações físicas e incapacidades obtiveram maiores percentuais nos idosos vulneráveis em comparação aos não vulneráveis. Não se observou associação estatisticamente significativa entre as variáveis. Conclusão: Obtivemos dados relevantes a respeito da vulnerabilidade e das características mais prevalentes dentre essa população e os desfechos obtidos refletem recursos relevantes conforme contribuem para a reflexão a respeito desse tema nos espaços de promoção à saúde, sobretudo nos centros de convivência.