Introdução: No Brasil, estatisticamente as crianças correspondem a 17,1% da população de 207 milhões de pessoas. Nesse sentido, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) foi instituída para orientar e qualificar as ações e serviços de saúde no território nacional visando a efetivação de medidas que garantam o pleno desenvolvimento na infância considerando as vulnerabilidades e riscos para o adoecimento. Assim, ressalta-se que as infecções comunitárias são agravos clínicos que acometem à saúde das crianças e estão associadas à altas taxas de morbimortalidade despertando o interesse de pesquisadores no desenvolvimento de investigações científicas que possibilitem a identificação de microorganismos, fatores associados e estratégias de controle. Objetivo: analisar a literatura científica sobre as infecções comunitárias em crianças no contexto brasileiro. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, que utilizou as estratégias propostas por Whittemore e Knafl para aprimorar o rigor do estudo. A questão norteadora do estudo foi elaborada a partir da estratégia PICo que resultou em: “Qual a produção científica sobre infecções comunitárias em crianças no contexto brasileiro?”. A busca de dados ocorreu de janeiro a março de 2020, nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Web of Science, Scopus, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature e Base de Dados de Enfermagem. Para busca nas bases de dados, utilizou-se descritores controlados e não controlados cruzados entre si pelos operadores OR e/ou AND. A avaliação de dados dos estudos foi realizada por meio da extração de dados a partir de um instrumento com informações-chaves e por meio da utilização da estratégia proposta por Beyea. Para a análise dos dados utilizou-se as fases de redução de dados, exibição de dados, comparação de dados, desenho e verificação da conclusão propostas por Whittemore e Knafl. A apresentação dos dados foi a partir de tabelas, gráficos e categorias considerando o objeto e objetivos do estudo. Resultados: Do universo de 372 estudos encontrados, 61 fizeram parte da amostra que compôs a revisão. A maioria estavam em inglês e o ano com maior número de publicações foi 2016. A maioria (90,16%) dos estudos estavam indexados em revistas da área de saúde. Ganharam destaque os periódicos: Journal of medical virology, PloS neglected tropical diseases e BMC Pediatrics. Quanto ao nível de evidência, predominou os estudos de nível IV (87,1%). As evidências científicas apontaram que o controle das infecções comunitárias em crianças no contexto brasileiro perpassam por ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem principalmente as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Assim, os estudos foram agrupados e, posteriormente, discutidos a partir categorias: 1. A prevenção para o controle das infecções comunitárias em crianças; 2. O diagnóstico para o controle das infecções comunitárias em crianças; 3. O tratamento para o controle das infecções comunitárias em crianças. Conclusão: As evidências científicas sobre as infecções comunitárias em crianças no contexto brasileiro envolvem principalmente as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos. Nos três contextos, as infecções respiratórias foram destaque, com ênfase nas pneumonias adquiridas na comunidade. Além disso, destaca-se que a produção científica sobre a problemática tem sido heterogênea e que, portanto, tem considerado as especificidades de cada região do país.