A adolescência é marcada por intensas transformações não apenas de ordem física, como também mental e social. Assim, admite-se que o adolescente, por características próprias da fase, é exposto a riscos capazes de interferir na sua Qualidade de Vida (QV) e limitar suas perspectivas futuras. Nesse sentido, além dos danos físicos que comprometem a saúde, estudos recentes elucidam que a QV pode influenciar ou até mesmo definir as características acadêmicas dos adolescentes. Desse modo, o presente estudo tem o objetivo de relacionar a qualidade de vida com o rendimento escolar de adolescentes no contexto de variáveis socioeconômicas e demográficas. Trata-se de um estudo transversal realizado em dois Campus do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), a saber: Grajaú e Pedreiras. Participaram da pesquisa, 242 alunos com faixa etária correspondente à adolescência (10 a 19 anos). Foram excluídos os adolescentes afastados, transferidos, jubilados, bem como os com matrícula trancada ou cancelada. A coleta de dados envolveu a utilização de três instrumentos: KIDSCREEN-52; Instrumento para caracterização do participante e; Formulário para registro dos dados escolares. Os dados foram tabulados em planilha eletrônica Microsoft Office Excel e analisados no programa IBM Statistical Package for the Social Sciences versão 20.0. Para caracterização da população foi feito um estudo descritivo analítico da amostra (frequência absoluta e relativa, média e desvio padrão). Para a comparação das médias, usado o teste t de Student ou teste U de Mann-Whitney e Análise de Variância (ANOVA) ou H de Kruskal Wallis. A associação foi verificada por meio do teste Exato de Fisher. Para analisar a relação entre as variáveis utilizou-se a correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de α = 0,05. O estudo foi submetido à apreciação e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (CAAE: 80585217.0.0000.5214). Foram respeitados todos os preceitos éticos contidos na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados parciais, com 133 participantes, revelam média de idade de 15,4 anos, maioria do sexo feminino (57,9%), pardos (74,4%), solteiros e sem filhos (100%) e com renda familiar de um a dois salários mínimos (45,9%). Em relação aos dados escolares, índice de rendimento acadêmico (IRA) médio de 7,95. A análise da QV demostrou que meninas apresentam pior avaliação geral, com significância estatística nos seguintes domínios: saúde e atividade física, sentimentos, estado emocional, autopercepção, autonomia e tempo livre. Identificou-se correlação moderada negativa entre o IRA e a média da QV.