A pele representa o maior órgão do corpo humano e exerce função de barreira protetora contra agentes patógenos externos. O recém-nascido hospitalizado, além de possuir diversas singularidades na pele que a tornam mais frágil, está exposto a fatores de risco para o desenvolvimento de lesões, como a realização de procedimentos invasivos, o uso de substâncias tópicas irritantes e de adesivos para fixação de sensores, cateteres e sondas. O enfermeiro como membro da equipe de saúde, deve estabelecer ações que minimizem riscos e propiciem a manutenção da integridade da pele dessa população. Assim, o estudo teve como objetivo: analisar o cuidado de enfermeiros à pele de recém-nascidos hospitalizados. Trata-se de um estudo qualitativo, baseado no referencial metodológico da Pesquisa Convergente-Assistencial. Os participantes consistiram em quatorze enfermeiros da UTIN de uma maternidade pública. A produção dos dados ocorreu de março a setembro de 2017, em duas etapas, sendo a primeira, por meio de entrevistas com roteiro semiestruturado, e a segunda, com a execução de grupos focais. O estudo obteve parecer de aprovação (nº 1.848.098), do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Os discursos foram analisados pela técnica de conteúdo de Bardin e discutidos com base no referencial temático atual, sendo elaboradas duas categorias: conhecimento e cuidado do enfermeiro com a pele do recém-nascido hospitalizado na UTIN; dificuldades e possibilidades no cuidado com a pele do recém-nascido na UTIN. Os resultados apontam que os conhecimentos dos participantes sobre os cuidados com a pele do recém-nascido foram adquiridos na graduação e complementam-se por meio de atividades de educação permanente, participação em eventos científicos e a experiência na UTIN. A prática abrange cuidados com o manuseio mínimo e mudança de decúbito; fototerapia; higienização das mãos, prevenção e controle de infecção; utilização de adesivos, fixações, curativos e terapia endovenosa; banho e higiene; ostomias; e sistematização da assistência de enfermagem. As dificuldades relatadas foram a falta de padronização nos registros, notificação exígua de lesões, resistência de alguns membros da equipe quanto às práticas defasadas, disponibilidade reduzida de materiais e conhecimento limitado no cuidado a ostomias. Entre as possibilidades, destacaram-se a existência de educação permanente no serviço, a comunicação interprofissional e a autonomia do enfermeiro no cuidado com a pele do recém-nascido. A execução dos grupos focais permitiu a elaboração conjunta de uma proposta de protocolo de cuidados preventivos de lesões de pele em recém-nascidos hospitalizados. Dessa forma, o produto deste estudo consiste na proposta de protocolo, que abrange os cuidados elencados pelos participantes, o qual foi justificado pela pesquisadora, com base na literatura científica atual. Assim, o aperfeiçoamento constante dos conhecimentos científicos do enfermeiro, aliado à sistematização da assistência de enfermagem e à valorização da subjetividade humana, contribuem efetivamente para a prestação de um cuidado seguro, humanizado e integral ao neonato hospitalizado. O empenho profissional, a utilização de evidências científicas e o incentivo da instituição possibilitam o desenvolvimento de protocolos assistenciais em prol de melhorias no cuidado.