Introdução: O consumo de bebida alcoólica é fator de risco para o surgimento de problemas de saúde e consequências familiares, sociais e laborais. Percebe-se um crescimento preocupante do padrão de consumo no universo feminino. Atenção especial deve ser dada as gestantes, visto que o consumo de álcool durante a gravidez pode trazer graves consequências ao feto, que podem se prolongar por toda a vida dele, atingindo-o com sequelas que invadem a vida adulta. Objetivo: comparar o consumo de bebida alcoólica entre gestantes e não gestantes atendidas na atenção primária do Piauí. Metodologia: estudo transversal, descritivo realizado com 369 mulheres na faixa de 20 a 59 anos de idade, atendidas em Unidades Básicas de Saúde dos municípios de Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e Bom Jesus. A coleta de dados ocorreu no período de agosto de 2015 a março de 2016, por meio da aplicação do Alcohol Use Desorders Identification Test (AUDIT). Utilizou-se o software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 22.0, para a realização da análise estatística descritiva (medidas de tendência central) e bivariada (teste qui-quadrado de Pearson e teste de Mann-Whitney). O projeto atendeu exigências das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, regidas pelas Resoluções n.º 466/2012 e n.º 510/2016. Resultados: a prevalência de consumo de bebida alcoólica em gestantes foi de 40,0%, e não gestantes foi de 52,7%, sendo que as mulheres não gestantes apresentaram 1,67 vezes mais chances de consumo de bebida alcoólica quando comparadas com gestantes. Quanto a comparação de média do escore do AUDIT obtido em gestantes e não gestantes, nota-se que as não gestantes tem média de 3,84 e as não gestantes 1,92, verificou-se que há uma diferença estatisticamente significativa na média (p= 0,003). Constatou-se que das gestantes que consomem álcool 80% estavam inseridas no uso de baixo risco (zona I) e 20% no uso de risco (zona II). Quanto as não gestantes, 63,9% com padrão de baixo risco, 29% fazem uso de risco, 3,9% uso nocivo (zona III) e 3,2% na possível dependência (zona IV).