RELAÇÃO ENTRE OS PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DO ZINCO E AS CONCENTRAÇÕES DAS METALOPROTEINASES 2 E 9 EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA
Palavras-chave: câncer da mama, zinco, metaloproteinases 2 e 9.
INTRODUÇÃO: O câncer de mama é uma doença multifatorial, determinada principalmente pela ocorrência de mutações ou de alguma ativação anormal de genes que controlam o crescimento celular. Assim, diversos estudos evidenciam a participação de micronutrientes em mecanismos anticarcinogênicos na perspectiva de preservação do câncer. O zinco, em particular, atua em processos bioquímicos, na defesa antioxidante e funciona como fator de transcrição de enzimas envolvidas na síntese de DNA e RNA. No entanto, alterações nas suas concentrações desse mineral podem promover a disfunção e proliferação celular, contribuindo para o desenvolvimento e progressão do câncer de mama, pois ativa as metaloproteinases da matriz (MMPs), proteínas envolvidas na patogênese dessa doença. MÉTODOS: Estudo transversal, envolvendo 66 mulheres, com idade entre 20 e 50 anos, sendo distribuídas em dois grupos: grupo caso (mulheres com câncer de mama, n=34) e grupo controle (mulheres saudáveis, n=32). Foram realizadas medidas do índice de massa corpórea e da circunferência da cintura, bem como analisados a ingestão de zinco, concentrações plasmáticas e eritrocitárias desse mineral, além da concentração das metaloproteinases 2 e 9. A análise da ingestão de zinco foi realizada por meio do registro alimentar de três dias, utilizando o pragrama Nutwin versão 1.5. As concentrações de zinco plasmático e eritrocitário foram determinadas segundo o método de espectrofotometria de absorção atômica de chama (λ= 213,9). Os dados foram organizados no programa estatístico SPSS for Windows 18.0. Para análise das metaloproteinases 2 e 9 foi utilizada a Tecnologia Luminex™ xMAP, utilizando os Kits Milliplex (Instituto Genese de Análises Clínicas, Lifescience, Brasil) RESULTADOS: Os valores médios da ingestão de zinco estavam superiores às recomendações, sem diferença estatística entre os grupos estudados (p>0,05). As concentrações médias do zinco plasmático foram de 60, 45 ± 7,46 μg/dL para as mulheres com câncer de mama e de 64,59 ± 10,07 μg/dL para o controle (p>0,05). A média do zinco eritrocitário foi de 37,51 ± 8,26 μgZn/gHb e de 35,97 ± 5,57 μgZn/gHb para as mulheres com câncer de mama e para o controle, respectivamente (p>0,05). Os valores médios da concentração da MMP-2 foram de 67663,84 ± 58564,32 pg/mL para o grupo caso e de 1172,20 ± 1813,89 pg/mL para o controle. Os valores médios da concentração da MMP- 9 foram de 74810,98 ± 51858,00 pg/ml para o grupo caso e de 819,36 ± 444,07 pg/mL para o controle. Verifica-se que houve diferença estatística significante entre os dois grupos (p<0,05). CONCLUSÃO: A partir dos resultados desse estudo, pode-se pressupor que a ingestão de zinco pelas pacientes com câncer de mama não influencia as concentrações plasmáticas e eritrocitárias desse mineral, e que as concentrações reduzidas desse mineral nos componentes sanguíneos avaliados estão relacionadas com aumento das concentrações plasmáticas da metaloproteinase 2 nesse grupo.