INTRODUÇÃO: A migrânea é uma condição neurológica ubíqua e afeta predominantemente o sexo feminino. Seu diagnóstico é baseado em critérios clínicos. É uma desordem complexa. Propõe-se que um nível mais elevado de agentes inflamatórios poderia provocar a ativação dos nervos trigêmeos e a liberação de neuropeptídeos vasoativos e, consequentemente, contribuir para a inflamação neurogênica. A deficiência de Magnésio também tem um papel essencial na sua patogênese na estimulação da depressão cortical alastrante. Este estudo objetiva avaliar a relação entre marcadores inflamatórios, magnésio e a migrânea. MÉTODOS: Estudo longitudinal caso-controle prospectivo, amostrado por conveniência e de natureza quantitativa. Os pacientes foram divididos em 3 grupos: Migrânea episódica, Migrânea crônica e Grupo Controle. Foram elegíveis os com idade entre 18 e 60 anos de ambos os sexos e sem comorbidades. Um formulário com dados antropométricos, socioeconômicos e diagnósticos e foram dosados os níveis séricos de Magnésio, Proteína C Reativa, Ferritina, HDL-c e LDL-c, VHS, fibrinogênio. Os dados obtidos foram organizados no programa Microsoft Office Excel versão 2016 e analisados com auxílio dos softwares SPSS. RESULTADOS: Foram incluídos 118 pacientes, sendo 78 no grupo Caso e 40 nos controles. Após exclusões 36 pacientes permaneceram nos casos e 32 nos controles. Não houve diferenças significativas nos grupos em relação e Idade (p 0,058), sexo (p 0,376), peso (p 0,226), prática de atividade física (p 0,082) e uso de anticoncepcionais orais (p 0,106). Os grupos foram significativamente diferentes quanto a história familiar de Migrânea (p <0,001) e presença de insônia (p<0,001). Foi feita a regressão logística da dosagem sérica e aplicado teste U de Mann-Whitney que demonstrou Magnésio [Controle: 1,97±0,16, Caso: 2,06±0,40 ; p: 0,379], Proteína C Reativa [Controle: 4,40±3,66, caso: 3,17±4,61, p 0,088], VHS [Controle: 7,34±6,71, Caso 16,16±13,50, p <0,00001], LDL-c [Controle: 98,49±31,33, Caso: 116,65±38,55, p 0,035], HDL-c [Controle: 61,45±19,11, Caso 50,36±19,04, p 0,005], Ferritina [Controle: 63,37±64,93, Caso: 105,34±213,11, p 0,315], Fibrinogênio [Controle: 279,79±93,12, Caso 378,32±131,82, p 0,017]. Conclusão: Houve uma importante relação entre migrânea e distúrbio do sono e herança familiar. Levantou-se ainda importantes relações entre migrânea e inflamação com significância estatística para o LDL-c, VHS e fibrinogênio como marcadores pró-inflamatórios e baixo HDL-c como marcador anti-inflamatório. Não houve diferenças nos níveis de magnésio entre os grupos.